A Walmart (WALM34) está em busca de cortes de preço significativos de fornecedores chineses, enquanto enfrenta uma séria resistência por parte das empresas asiáticas, de acordo com informações de fontes internas que preferem não ser identificadas por questões de confidencialidade.
Os fornecedores, incluindo os que produzem utensílios de cozinha e vestuário, enfrentam um desafio significativo: reduzir seus preços em até 10% por rodada de tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. Esse movimento é uma tentativa clara da Walmart de transferir o ônus das tarifas, mas poucos fornecedores estão dispostos a aceitar, principalmente devido à já estreita margem de lucro que enfrentam.
A pressão para reduzir preços tem se mostrado insustentável para muitos deles. De acordo com as fontes, alguns fornecedores relataram que cortes superiores a 2% os levariam ao prejuízo, enquanto outros enfrentam resistência de seus próprios fornecedores para aceitar reduções maiores que 3%. Isso levou fabricantes a considerar comprar insumos do Vietnã, aumentando as preocupações com a qualidade.
A situação revela como as tensões geopolíticas estão remodelando as cadeias de suprimento e intensificando a pressão sobre os consumidores americanos, que já lidam com o aumento do custo de vida. Apesar do Secretário do Tesouro, Scott Bessent, minimizar o impacto das tarifas ao afirmar que os fabricantes chineses arcariam com as despesas adicionais, varejistas como Target (TGT) e Best Buy (BBY) já sinalizaram que os consumidores podem esperar preços mais altos devido à guerra comercial também envolvendo México e Canadá.
Anteriormente, o CEO da Walmart, Doug McMillon, havia alertado que muitos consumidores estão optando por comprar menos produtos à medida que se tornam financeiramente pressionados até o final do mês. Isso é um reflexo direto da situação econômica atual.
Uma porta-voz da Walmart reafirmou o compromisso da empresa em manter os preços baixos para os clientes, incentivando colaboradores e fornecedores a trabalharem juntos em busca de soluções que evitem aumentos excessivos e promovam crescimento econômico nos EUA.
Historicamente, a Walmart exerceu um forte poder de negociação sobre seus fornecedores chineses, mas a magnitude dos pedidos recentes é sem precedentes e está fazendo os fabricantes repensarem suas estratégias para manter relações comerciais duradouras.
A Walmart já havia solicitado reduções quando a primeira rodada de tarifas de 10% entrou em vigor em fevereiro, com pedidos adicionais surgindo quando Trump ameaçou dobrar as tarifas, segundo fontes.
Outros grandes varejistas americanos podem seguir o mesmo caminho. O CEO da Target, Brian Cornell, confirmou que sua empresa está em discussões com os fornecedores sobre os próximos passos a serem tomados.
Atualmente, a Walmart relata que cerca de dois terços de seus produtos são adquiridos nos EUA, como parte de uma estratégia para diversificar sua cadeia de suprimentos.

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