A Walmart (WALM34) acaba de revelar previsões de lucros que desapontam investidores, apontando um futuro nebuloso em meio a um cenário econômico desafiador.
Os lucros ajustados, estimados entre US$ 2,50 e US$ 2,60 por ação, caem abaixo dos standards esperados por analistas de Wall Street. Reação imediata foi uma queda de 9,5% nas ações nas primeiras negociações em Nova York.
Famosa por sua abordagem conservadora em diretrizes financeiras, a Walmart enfrenta agora alta pressão após um impressionante aumento de 77% em seu valor de ações no último ano.
Durante uma conferência com analistas nesta quinta-feira (20), John David Rainey, CFO da empresa, assegurou que as diretrizes permanecem consistentes com períodos anteriores, mas não incompetente às incertezas sobre o comportamento do consumidor e os desafios econômicos e geopolíticos que estamos vivenciando.
Para o próximo ano, a expectativa é um crescimento nas vendas líquidas entre 3% e 4%, um número que é um indicativo de desaceleração em relação ao crescimento de 5%% do ano passado.
Rainey destacou, em sua entrevista, que o guidance não leva em consideração os possíveis impactos das tarifas, que são, por natureza, imprevisíveis. A Walmart importa produtos variados de locais como México e China.
“Estamos colaborando com nossos fornecedores. Focaremos em nossas marcas próprias”, declarou Rainey, para garantir que os preços permaneçam baixos.
O varejista, conhecido por seus preços acessíveis, se beneficiou da demanda por itens essenciais nos últimos anos. A empresa observou crescimento na participação de mercado, especialmente entre lares com rendimentos anuais acima de US$ 100.000.
Como primeiro grande varejista a reportar resultados após a movimentada temporada de festas, a Walmart viu um aumento de 4,6%% nas vendas em lojas estabelecidas há pelo menos um ano no último trimestre, superando as expectativas dos analistas.
Apesar de um panorama ainda em recuperação, Rainey descreveu o consumo atual como estável, embora distante de uma recuperação plena. Notou uma melhoria nas vendas de mercadorias gerais e que a demanda durante as festas foi dentro da média prevista.
Entretanto, muitos desafios ainda existem. A incerteza das tarifas, especialmente após ações recentes do governo dos EUA, continua a criar um clima tenso no setor de varejo, uma vez que a maioria das empresas ainda não ajustou suas projeções de acordo com as novas regras.
Em janeiro deste ano, as vendas no varejo dos EUA despencaram, influenciadas por condições climáticas extremas e uma inflação crescente, especialmente nos preços de alimentos que foram amplamente afetados pela gripe aviária.
Outras grandes empresas, como Home Depot e Target, estão prestes a divulgar suas avaliações financeiras. Recentemente, a Target elevou suas expectativas de vendas após superar a temporada de festas, enquanto suas ações, juntamente com as da Costco, sofreram desvalorização após o alerta da Walmart.
A Walmart costuma resistir bem em tempos econômicos adversos e menciona que seu segmento digital está capturando mais consumidores, atraindo maioria de alta renda devido às conveniências de serviços online. O varejista também expande seu leque de produtos digitais para incluir itens exclusivos, que não estão presentes nas lojas físicas.

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