O governo Trump está considerando posicionar-se à frente nos mercados financeiros com a venda de ações da Fannie Mae e Freddie Mac, podendo iniciar este processo ainda este ano. Fontes próximas à administração revelaram que as gigantes hipotecárias, sob controle governamental, podem ser avaliadas em cerca de US$ 500 bilhões ou até mais.
O plano, que envolve a venda de uma fatia que varia de 5% a 15% das ações, visa levantar aproximadamente US$ 30 bilhões. Contudo, a decisão final ainda está em análise pelo presidente Donald Trump, que está pesando as opções disponíveis, conforme noticiado anteriormente pelo Wall Street Journal.
As ações da Fannie Mae e Freddie Mac experimentaram um aumento significativo de até 22% durante as negociações na última sexta-feira (8), a maior alta em mais de dois meses, sinalizando a expectativa do mercado.
Essas instituições foram resgatadas pelo governo federal em setembro de 2008 para evitar consequências financeiras devastadoras durante a crise econômica. Nos últimos anos, a administração de Washington enfrenta dificuldades para definir o futuro dessas empresas, com tentativas frustradas no Congresso para liberá-las de suas atuais restrições, frequentemente devido a preocupações sobre os preços das hipotecas e a importância de manter o acesso à habitação.
Um oficial afirmou que a condição dessas instituições pode permanecer sob tutela enquanto caminham para a abertura do capital. Nos últimos dias, Trump recebeu sugestões de líderes de grandes bancos sobre a execução dessa complexa estratégia. A CEO do Citigroup, Jane Fraser, se reuniu com ele na quarta-feira (6), enquanto representantes do Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Bank of America e Wells Fargo também se preparam para apresentar suas propostas, conforme reportado pela Bloomberg.
Participaram das discussões o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, o Secretário do Comércio, Howard Lutnick, e o Diretor da Federal Housing Finance Agency (FHFA), Bill Pulte. A FHFA ainda não comentou sobre essa movimentação significativa.
Em março, Pulte afastou a maioria dos conselheiros das duas empresas e assumiu a presidência de cada uma, o que traz à tona a questão da independência dos conselhos. Segundo David Dworkin, presidente e CEO da National Housing Conference, a disposição dos investidores pode depender de Pulte desistir de sua posição no conselho, uma vez que ”a importância de conselhos independentes para o valor das ações não pode ser subestimada”.
Dworkin também destacou que “é um esforço extraordinariamente complicado, e concluí-lo até o final do ano seria um grande desafio”. Porém, ele enfatizou que “todas as pessoas certas estão na sala”, indicando a seriedade do processo.
Se a venda de ações for concretizada, poderá resultar em lucros significativos para fundos hedge e outros investidores. Bill Ackman, da Pershing Square Capital Management, possui uma participação substancial na Fannie e tem feito lobby na Casa Branca para encerrar as tutelas, mostrando assim o potencial desse movimento no mercado.

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