Economia
UE prepara tarifas a produtos dos EUA caso Trump retorne à presidência
A União Europeia monitora a possibilidade de tarifas a bens americanos se Trump vencer. A retaliação só ocorrerá diante de ações da Casa Branca, segundo fontes.
A União Europeia está se preparando para reações comerciais contundentes caso o ex-presidente Donald Trump vença as próximas eleições nos Estados Unidos e cumpra suas ameaças de impor tarifas punitivas ao bloco.
Vale destacar que novas tarifas contra empresas americanas não são a principal expectativa da UE, sendo vistas apenas como medidas de retaliação em resposta a qualquer ação provocativa da Casa Branca, conforme revelou fontes internais.
A preferência da UE, segundo uma das fontes, seria buscar um entendimento com Trump em áreas que interessam a ambos, como, por exemplo, a política comercial em relação à China.
Em 2018, Trump surpreendeu a UE ao impor tarifas sobre as exportações de aço e alumínio da Europa. Na época, o bloco retaliou mirando empresas com grande apelo político, como a Harley-Davidson e a Levi’s. Desde a sua vitória em 2016, a UE tem implementado várias estratégias de defesa comercial, incluindo um instrumento específico para responder a pressões econômicas externas.
Trunfo, em entrevista, novamente destacou sua proposta de tarifas que variariam de 60% a 100% especificamente sobre produtos da China, além de uma tarifa universal de 10% voltada para importações de outros países. Ele ainda mencionou a possibilidade de endurecer contra impostos que incidam sobre serviços digitais europeus, que têm como alvo os gigantes tecnológicos dos EUA.
“A ‘União Europeia’ soa tão adorável”, declarou Trump em uma entrevista à Bloomberg em julho. “Amamos a Escócia e a Alemanha. Amamos todos esses lugares. Mas, a partir do momento que você vai além disso, eles nos tratam violentamente.”
Na mesma entrevista, Trump apontou a relutância da Europa em importar automóveis e produtos agrícolas americanos como motivos-chave do seu déficit comercial, que ultrapassa os US$ 200 bilhões—uma estatística que considera fundamental na avaliação da justiça econômica.
A Bloomberg noticiou recentemente que a UE está realizando uma avaliação detalhada para entender as potências implicações do próximo pleito em novembro, com especial atenção ao que aconteceria caso Trump retorne ao poder.
Uma pesquisa da Bloomberg News/Morning Consult revelou que a vice-presidente Kamala Harris e Trump estão em uma disputa acirrada em sete estados que têm grande potencial para decidir a eleição.
Independentemente de quem sair vitorioso, as relações comerciais entre a UE e os EUA continuarão a ser uma prioridade. Se Harris prevalecer, a UE busca resolver pendências deixadas pela presidência de Biden, como a busca por um acordo permanente para eliminar as tarifas de aço e alumínio restantes, conforme indicou uma fonte.
Harris criticou as propostas de tarifas de Trump, descrevendo-as como um imposto sobre os consumidores americanos. Além disso, críticos do ex-presidente contestaram suas afirmações de que tais penalidades poderiam compensar cortes propostos em impostos corporativos e de renda.
Embora a retórica do presidente Joe Biden tenha sido consideravelmente mais conciliatória em relação à da administração Trump, e seu alinhamento com a UE sobre a Ucrânia tenha servido para restaurar a relação transatlântica, os oficiais da UE permanecem cientes de que a atual política comercial ainda ecoa a abordagem de “América Primeiro” de seu antecessor.
A União Europeia expressou preocupação em relação ao programa de subsídios de Biden, que totaliza mais de US$ 390 bilhões, destinado a promover a tecnologia verde. Tal iniciativa oferece incentivos para que empresas transferirem seus investimentos da Europa para os Estados Unidos.
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