O grupo hoteleiro francês Accor emitiu um aviso alarmante: as reservas de turistas europeus para os EUA caíram 25% neste verão. Essa queda é, em grande parte, atribuída às políticas rigorosas de imigração do presidente Donald Trump, que têm levado os viajantes a buscar destinos alternativos.
O CEO da Accor, Sébastien Bazin, destacou uma “desaceleração bastante forte” das reservas na Europa durante uma entrevista à Bloomberg TV. Ele afirmou que o “déficit” projetado é superior à queda de 18% a 20% observada nos primeiros três meses do ano. Turistas estão optando por visitar o Canadá, a América do Sul e o Egito, evitando assim os Estados Unidos.
A Accor gerencia mais de 45 marcas de hotéis, incluindo nomes renomados como SLS, Sofitel e Fairmont. Entre suas propriedades nos EUA, destaca-se o icônico The Plaza em Nova York, que já foi propriedade de Trump e está localizado na base do Central Park.
“A ansiedade em relação a entrar em um território desconhecido é palpável”, afirmou Bazin. Embora haja relatos anedóticos de detenções na fronteira, este fenômeno gerou um “ruído negativo” que já impacta as tendências de reservas.
“Atualmente, não precisamos de mais burburinho negativo”, declarou Bazin.
As viagens transatlânticas sempre foram uma base sólida para companhias aéreas e empresas de turismo, consideradas um dos segmentos mais rentáveis do setor. Contudo, um número crescente de empresas já alertou que essa conexão está sob pressão, com os turistas americanos restringindo seus gastos em uma economia incerta, enquanto europeus se afastam dos EUA devido a questões políticas.
Embora executivos de companhias aéreas europeias tenham relatado que a demanda no Atlântico Norte permanece estável, a Virgin Atlantic Airways Ltd soou o alarme recentemente sobre um enfraquecimento das viagens dos EUA para o Reino Unido. Isso resultou em uma queda nas ações de transportadoras de longa distância em ambos os lados do Atlântico, incluindo a controladora da British Airways, IAG SA.
A Delta e a American Airlines tiveram suas ações rebaixadas para a recomendação de manutenção pela Jefferies, enquanto a Southwest Airlines e a Air Canada sofreram rebaixos para desempenho inferior, em meio à falta de confiança nos gastos corporativos e do consumidor, segundo a analista sênior Sheila Kahyaoglu.
No início desta semana, a Air Canada revelou que as reservas de voos entre cidades canadenses e americanas diminuíram 10% de abril a setembro, pois os canadenses se afastam em resposta às tensões comerciais emergentes, evitando viajar para o sul.
Essa mudança reflete um boicote crescente aos produtos americanos, em protesto às tarifas impostas por Trump e suas assertions de que o Canadá deveria fazer parte dos EUA.

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