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Tupperware evita liquidação com acordo estratégico após intervenção judicial

Tupperware e credores firmam acordo que evita liquidação, com US$ 23,5 mi em dinheiro e troca de dívidas por ações. Um momento decisivo para a marca!

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A Tupperware, empresa icônica conhecida por seus recipientes de plástico, conseguiu um acordo crucial com seus credores, frustrando a ameaça de liquidação que pairava sobre a companhia. Tudo isso após a intervenção do juiz federal dos EUA que supervisiona o caso de falência.

Um consenso preliminar foi alcançado, fazendo com que os credores adquirissem o negócio com uma combinação de dinheiro e crédito, revelou Spencer Winters, advogado que representa a empresa em sua audiência no estado de Delaware nesta terça-feira (22).

O juiz Brendan L. Shannon, figura central neste processo, exerceu uma pressão significativa que levou as partes a chegarem a um entendimento. Ele simplesmente não estava disposto a ver uma marca tão famosa ser encerrada, uma marca que tem atrás de si uma legião de 465 mil vendedores porta a porta ao redor do mundo.

A Tupperware entrou em dificuldades financeiras em meio a uma queda na demanda por seus produtos de armazenamento, enfrentando uma concorrência cada vez mais acirrada e a incapacidade de se adaptar às novas dinâmicas do varejo.

“A grande maioria dos méritos desse acordo se deve à intervenção do tribunal. As partes conseguiram, finalmente, alcançar um consenso sob a orientação do juiz,” afirmou Allan S. Brilliant, advogado dos credores, no tribunal.

O juiz Shannon havia interrompido uma batalha judicial entre a Tupperware e seus credores na semana passada, convidando os advogados de ambos os lados para uma conferência privada. A discussão girava em torno da utilização de caixa que a Tupperware detinha como garantia versus a exigência dos credores pela liquidação de ativos.

Depois de intensas negociações, as partes se reuniram nas dependências do tribunal de falências em Wilmington, Delaware. A decisão foi clara: um acordo para que os credores, incluindo fundos de investimento afiliados à Alden Global Capital e à Stonehill Institutional Partners, adquirissem a marca Tupperware e várias de suas operações.

“Este não é um modelo de venda convencional,” destacou o juiz Shannon na audiência. “Sou grato pelo engajamento das partes em uma questão tão complexa e pela abordagem inovadora que elas adotaram.”

Conforme estipulado, os credores vão desembolsar US$ 23,5 milhões em dinheiro, além de converter US$ 63,8 milhões em dívidas que possuem em participação acionária da nova estrutura organizacional.

Nos próximos dias, as partes se dedicarão aos detalhes do contrato de venda e devem retornar ao tribunal na próxima semana para a aprovação final. É uma reviravolta significativa, considerando que a Tupperware enfrenta mais de US$ 800 milhões em dívidas não pagas, com credores exigindo mais de US$ 460 milhões em débitos, conferindo-lhes a maioria da dívida de longo prazo da empresa, conforme revelam documentos judiciais.

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