O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma declaração surpreendente nesta quarta-feira (5), revelando sua disposição em trabalhar em um novo acordo nuclear com o Irã. Ele sugere que tal acordo permitiria ao país “crescer e prosperar pacificamente”, o que demonstra uma clara mudança em sua abordagem em relação à República Islâmica.
Trump disse, em sua rede social Truth Social, que as alegações de que “os Estados Unidos, em conjunto com Israel, vão explodir o Irã em pedaços, SÃO MUITO EXAGERADAS“. Essa declaração chama a atenção, pois segue a linha de sua agenda anterior, mas com uma nuance de abertura.
Embora não tenha especificado os termos do novo acordo, a reação dos oficiais iranianos ainda está pendente. Esta aproximação é notável considerando o histórico de tensões entre os dois países, especialmente após a ordem de Trump em seu primeiro mandato que resultou na morte de um alto comandante iraniano e gerou temores de guerra.
Na mesma ocasião, Trump assinou uma diretiva que se compromete a aplicar rigorosamente as sanções existentes, revivendo assim sua estratégia de “pressão máxima” da era anterior. Esta estratégia incluiu a retirada unilateral de um acordo de 2015, que visava limitar o programa nuclear iraniano em troca de alívio nas sanções. A realidade é que, enquanto as sanções contribuíram para a deterioração da economia iraniana, não conseguiram reverter suas ambições regionais e provocaram uma crise de segurança na região do Golfo Pérsico, afetando os mercados de energia globais.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, rapidamente refutou a abordagem de Trump, apontando que a estratégia de pressão máxima falhará, pois o Irã já se comprometeu a não buscar armas nucleares. “A posição do Irã é clara”, disse ele, reforçando a necessidade de um diálogo construtivo.
Resistindo à pressão
Araghchi também enfatizou que o Irã está em conformidade com o tratado sobre a não proliferação de armas nucleares, e que uma fatwa islâmica do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, proíbe a busca de armas nucleares. No entanto, agências internacionais, como a Agência Internacional de Energia Atômica, alertaram que o estoque de urânio enriquecido do Irã está se aproximando do nível necessário para uma bomba.
Os desafios da pressão econômica imposta As sanções americanas anteriores, que foram intensificadas durante o governo Trump, não conseguiram deter o regime teocrático de Khamenei. Com astúcia, o Irã tem aumentado suas exportações de petróleo em até 1 milhão de barris por dia, apesar das penalidades, tratando isso como um desafio à pressão externa. A gravidade dessas sanções poderia representar perdas de até US$ 30 bilhões anuais em receitas.
Além disso, Trump, ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, declarou a necessidade de os EUA controlarem a Faixa de Gaza. Essa afirmação se insere em um contexto de conflito recente entre Israel e o Hamas, apoiado pelo Irã, exacerbando ainda mais a instabilidade na região. Desde o início das hostilidades, mais de 47 mil residentes de Gaza perderam a vida, o que levanta preocupações globais sobre a segurança e os direitos humanos na área.

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