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Trump Rompe Silêncio e Enfrenta Eleitores Após Desaprovação Crescente

Em meio a queda na aprovação, Trump intensifica suas viagens para reverter a maré diante da insatisfação popular.

Donald Trump chegando na Casa Branca
<p>Donald Trump (Bonnie Cash/UPI/Bloomberg)</p>

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que durante meses se manteve em grande parte recluso na Casa Branca, agora decide finalmente voltar aos holofotes e interagir com o povo. Nesta terça-feira (29), Trump retorna aos subúrbios de Detroit para um discurso crucial, destacando suas realizações no segundo mandato. E não para por aí! Em maio, ele ainda marcará presença em dois eventos de formatura e viajará para o Oriente Médio.

Essa súbita maré de viagens surge em uma fase delicada, com as recentes pesquisas de opinião mostrando uma queda de entusiasmo entre os eleitores em relação a suas políticas econômicas. As preocupações de líderes mundiais e investidores acerca de suas decisões podem resultar em uma recessão iminente. Com pressões para garantir sua primeira vitória legislativa, Trump precisa de apoio para sua proposta de reforma tributária, que é vista com ceticismo.

Historicamente, Trump seguia um padrão bem conhecido: dias úteis isolado na Casa Branca e fins de semana em Palm Beach, onde alterna entre partidas de golfe e jantares em sua propriedade Mar-a-Lago, cercado por aliados. Essa estratégia, infelizmente, foi criticada, principalmente quando suas tarifas provocaram oscilações no mercado de ações e aumentaram a inquietação da população.

Consultores próximos a Trump acreditam que agora é a hora ideal para reenergizar seus apoiadores e discutir suas propostas políticas diretamente com o público. Este movimento se faz ainda mais necessário quando apenas 39% dos americanos aprovam seu governo, uma queda significativa em relação aos 45% registrados em fevereiro, segundo uma pesquisa do Washington Post-ABC News. Os dados da Fox News mostram que questões como inflação e tarifas têm preocupado diretamente a população.

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Imagem de painéis solares em um campo aberto
Donald Trump e Melania Trump durante o funeral do Papa Francisco na Cidade do Vaticano, em uma viagem que marcou seu primeiro compromisso internacional no atual mandato (Bloomberg)

As famílias americanas encerraram abril com expectativas ainda mais sombrias sobre a economia do que em março, com o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan indicando um aumento nas previsões de inflação, que atingiram os níveis mais altos desde 1991. Isso tudo se baseia em preocupações diretas com as tarifas impostas pelo presidente.

Em uma postagem em suas redes sociais na noite de segunda-feira, Trump, em um gesto de confiança, caracterizou as pesquisas como “FAKE” e afirmou: “Estamos indo MUITO BEM.”

“Existe uma relação entre a queda na aprovação de um presidente e a sua vontade de sair de Washington, DC”, comentou Alex Conant, estrategista republicano que serviu na Casa Branca do presidente George W. Bush. “A ideia é que, se ele se direcionar ao povo e explicar suas políticas, o resultado será favorável.”

No último fim de semana, Trump fez sua primeira viagem internacional, embora de forma abrupta, para participar do funeral do Papa Francisco e aproveitou a oportunidade para um breve encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky para discutir a invasão da Rússia antes de retornar à sua residência em Nova Jersey.

Essa hesitação em sair de sua zona de conforto levanta questionamentos sobre sua capacidade de tranquilizar o público, correndo o grande risco de parecer desconectado das preocupações dos cidadãos americanos comuns.

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Um exemplo emblemático disso ocorreu recentemente quando Trump optou por jantar com membros do circuito de golfe LIV, financiado pela Arábia Saudita, enquanto os mercados de ações enfrentavam turbulências após seu anúncio de tarifas no início deste mês.

Mike Dubke, que dirigiu as comunicações da Casa Branca durante o primeiro mandato de Trump, ressaltou que a realidade pode ser diferente para ele do que para presidentes anteriores, visto que Trump possui uma habilidade única de dominar a cobertura na televisão a cabo. No entanto, Dubke menciona que Trump sempre se conecta bem com a população e perde essa conexão quando se retrai em Mar-a-Lago.

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Donald Trump durante um comício em Las Vegas em 25 de janeiro (Ian Maule/Getty Images)

Até 29 de abril, Trump terá saído 13 vezes da área de Washington para compromissos, incluindo visitas às suas propriedades, segundo dados do ex-repórter da Casa Branca da CBS Radio, Mark Knoller, e da Bloomberg. Durante a primeira semana de seu mandato, ele foi a Carolina do Norte e Califórnia para inspecionar locais devastados por furacões e incêndios florestais, e depois participou de um comício em Las Vegas. Desde aquele período, suas viagens se concentraram majoritariamente em seu clube na Flórida e na sua propriedade em Nova Jersey.

Um funcionário da Casa Branca observou que, aos 78 anos, Trump não parece disposto a viajar muito em seu segundo mandato, especialmente após perceber que líderes mundiais e CEOs estão dispostos a visitá-lo se necessário, na Casa Branca ou em Palm Beach. Para ele, essa configuração é mais conveniente.

As atividades de Trump, como rodadas de golfe, refeições e encontros com aliados, geralmente ocorrem em locais fechados. Ele participou de eventos esportivos como o Super Bowl e competições de NASCAR, mas as viagens a locais abertos e interações com o público foram escassas.

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Na terça-feira, no Condado de Macomb, Michigan, o presidente fará um discurso em uma área de trabalhadores de colarinho azul, onde ele acredita que sua política tarifária está defendendo interesses. É um momento simbólico para celebrar seu centésimo dia de mandato!

Um assessor de Trump expressou o desejo de ver o presidente em mais viagens — especialmente para eventos que promovam seu plano de corte de impostos, que é mais bem recebido pelo público. O assessor defende que Trump se energiza ao dialogar com seus apoiadores em seus comícios, frequentemente resultando em novas ideias políticas.

A confiança do consumidor caiu em estados cruciais como Michigan, Ohio e Pensilvânia — regiões que Trump conquistou nas últimas eleições. Embora Michigan tenha visto uma leve melhora recentemente, o índice de confiança na Pensilvânia, um estado que Trump ganhou de forma significativa, viu sua confiança despencar desde dezembro. Além disso, estados como Georgia e Nevada, vencidos por Trump, também experimentaram perdas significativas de empregos desde então

Embora aliados de Trump sustentem que ele não precisa realizar visitas a locais específicos para transmitir sua mensagem, outros acreditam que seu peso midiático é imenso até mesmo sem deixar a Casa Branca. O assessor argumenta que sua retórica é automaticamente transmitida ao vivo, o que maximiza a exposição sem um grande esforço físico.

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Trump continua focado no trabalho em Washington, e segundo seu assessor, a percepção é de que ele está em constante movimento para atender às demandas da sua administração. Desta forma, a população tende a acreditar que ele está ativamente ocupado em melhorar os assuntos do país. Anna Kelly, porta-voz da Casa Branca, enfatizou que Trump assinou mais de 100 ordens executivas, buscando sempre engajar-se ao lado de trabalhadores e famílias, respondendo a perguntas da imprensa sempre que possível.

Por fim, a questão da logística de viajar é um fator que Conant esclarece: é uma tarefa complicada e, em diversas situações, pode ser mais vantajoso permanecer na Casa Branca. Mas há um risco indiscutível em falar apenas para imprensa favorável, como geralmente ocorre no Salão Oval.

Os movimentos iniciais do ex-presidente Joe Biden, restritos pela pandemia, não deixaram de ser alvo de críticas constantes dos republicanos, em comparação a Obama, que se destacou em suas turnês pelo país na sua luta contra a crise econômica de 2008, buscando imediatamente unir-se à população para promover reformas necessárias.

Diferentemente de seu primeiro mandato, onde esteve mais presente nas ruas, Trump agora parece mais cauteloso e distante, seguindo uma estratégia que precisa urgentemente ser reavaliada para evitar que ele se desconecte do eleitorado.

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