O presidente Donald Trump anunciou: tarifas sobre importações de semicondutores e produtos farmacêuticos virão “na próxima semana ou algo assim”. Essa estratégia faz parte de um esforço audacioso para reformular o comércio global e fortalecer a economia dos EUA.
Ele compartilhou que a tarifa inicial sobre produtos farmacêuticos será modesta, mas a expectativa é que ela salte para 150% em até um ano e, posteriormente, para 250%. “Queremos que os produtos farmacêuticos sejam produzidos aqui, em nosso país”, afirmou Trump em uma entrevista à CNBC.
Adicionalmente, ele mencionou planos relacionados aos semicondutores, descrevendo-os como uma categoria à parte. O Departamento de Comércio, que está examinando o mercado de semicondutores desde abril, está se preparando para essas tarifas em um setor que deve alcançar quase US$ 700 bilhões em vendas globais.
É importante destacar que essas tarifas sobre chips importados podem elevar significativamente os custos para grandes empresas de data centers, como Microsoft, OpenAI, Meta e Amazon. Estas últimas planejam investir bilhões na aquisição de semicondutores avançados, essenciais para suas operações de inteligência artificial.
Trump tem promovido o uso de tarifas como uma maneira de incentivar investimentos na manufatura nacional, ressaltando o investimento significativo da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) nos EUA. “Temos a maior fábrica do mundo, que está investindo incríveis US$ 300 bilhões no Arizona para a produção de chips e semicondutores”, destacou.
No entanto, a cifra mencionada por Trump parece inflacionada, pois a TSMC já declarou um investimento total de US$ 165 bilhões nos próximos anos em diversas fábricas no Arizona.
Ambas, TSMC e a Casa Branca, não se pronunciariam imediatamente sobre essas informações.
Além disso, o presidente também ameaçou tarifas rigorosas sobre a indústria farmacêutica para compelir a fabricação de medicamentos a retornar aos EUA. Recentemente, Trump exigiu que grandes fornecedores de medicamentos reduzissem seus preços drasticamente ou enfrentassem sanções adicionais, cujas especificidades ainda estão indefinidas.
Grandes farmacêuticas, tais como Merck e Eli Lilly, possuem várias unidades de fabricação em todo o mundo. Um estudo da Biotechnology Innovation Organization revelou que cerca de 90% das empresas de biotecnologia nos EUA dependem de componentes importados para metade de seus produtos já aprovados.
Essas tarifas setoriais sobre produtos farmacêuticos e metais surgem de investigações comerciais que podem durar até nove meses, sendo impostas sob a justificativa de segurança nacional, conforme estipulado pela Seção 232 do Trade Expansion Act. Essa base legal é considerada mais robusta frente aos poderes emergenciais utilizados por Trump anteriormente para tarifas específicas, que enfrentam desafios nos tribunais. As tarifas recíprocas deverão entrar em vigor na quinta-feira.

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