Um estudo recente do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) revelou que o projeto de lei de impostos e gastos do presidente Donald Trump, aprovado pela Câmara, poderá adicionar impressionantes US$ 2,42 trilhões aos déficits orçamentários dos Estados Unidos na próxima década.
A avaliação, chamada de “Um Grande e Belo Projeto”, indica uma redução esperada de US$ 3,67 trilhões nas receitas e uma diminuição de US$ 1,25 trilhão em gastos ao longo da década até 2034.
Esse cenário alarmante levanta sérias preocupações entre os conservadores fiscais do Partido Republicano, que temem um agravo na trajetória fiscal dos EUA.
Um dos apoiadores mais visíveis de Trump, Elon Musk, não hesitou em criticar o pacote na terça-feira, descrevendo-o como um “projeto de lei massivo, ultrajante e repleto de gastos desnecessários do Congresso, uma verdadeira abominação.”
Após uma aprovação apertada na Câmara, o projeto agora se encontra em meio à resistência no Senado, onde muitos legisladores pedem alterações substanciais.
Trump está programado para se reunir com os republicanos do Comitê de Finanças do Senado para discutir os próximos passos.
Funcionários da administração Trump, por sua vez, têm rebatido as previsões do CBO, afirmando que não consideram o crescimento econômico que pode ser gerado por cortes de impostos e desregulação.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que não se preocupa com a dinâmica da dívida, acreditando que um PIB crescente aliviará a situação, prevendo um crescimento acima de 3% no próximo ano.
Cronograma para Aprovação
A previsão do CBO não leva em conta os efeitos dinâmicos das mudanças econômicas decorrentes das novas políticas de impostos e gastos.
Bessent está pressionando legisladores a aprovarem o projeto, que inclui um aumento no limite da dívida, até meados de julho, destacando que o Tesouro já utilizou manobras contábeis para operar dentro do teto da dívida.
Conservadores fiscais pedem mais ações para redução do déficit, enquanto outros republicanos lutam para tornar os cortes temporários de impostos permanentes, o que poderia resultar em uma queda adicional nas receitas.
A avaliação do CBO ainda precisa ser revista pelo responsável pelas regras do Senado, que determinará a conformidade da proposta com os requisitos legislativos.
O projeto faz parte da agenda econômica de Trump, tornando permanentes os cortes de impostos de 2017 e incluindo novos benefícios prometidos na campanha, como a eliminação de impostos sobre gorjetas e regulamentos sobre pagamento de horas extras até 2028.
Além disso, ele aumenta o limite da dedução federal para impostos estaduais e locais de US$ 10.000 para US$ 40.000.
O projeto também prevê cortes em gastos federais, como créditos para energia limpa, e estabelece novos requisitos de trabalho para recebedores do Medicaid e novas diretrizes para o Programa de Assistência Nutricional Suplementar.
Colorindo o cenário, a divulgação do CBO alertou que as medidas do projeto podem deixar 10,9 milhões de pessoas sem cobertura de saúde até 2034, incluindo 1,4 milhão sem cidadania verificada ou status migratório.
Esses fatores geram um forte debate sobre a viabilidade e as consequências do projeto de Trump, que prossegue em sua jornada legislativa com questões cruciais em jogo.

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