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Economia

Trump inova com tarifas inesperadas e agita os mercados

Novo método tarifário provoca impactos e dúvidas, desafiando a lógica tradicional do comércio.

Imagem representativa das tarifas de Trump
<p>REUTERS/Carlos Barria</p>

A administração do ex-presidente Donald Trump introduziu uma metodologia revolucionária para definir tarifas comerciais, surpreendendo até os mais experientes do mercado. Ao contrário da abordagem convencional de equiparar tarifas com os níveis de parceiros comerciais, a nova fórmula é pautada no saldo comercial dos Estados Unidos com cada país. Essa mudança radical quebra promessas anteriores de reciprocidade tarifária, algo que merece atenção.

De acordo com o comunicado divulgado na noite de quarta-feira (2) pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), a fórmula consiste em dividir o superávit comercial de um país com os EUA pelo total de suas exportações, com base em dados do Censo norte-americano de 2024. Após essa divisão, o resultado é novamente dividido por dois, resultando em uma “tarifa recíproca com desconto”.

No caso da China, que alcançou um superávit de impressionantes US$ 295 bilhões com os EUA em 2024, a razão ficou em 68% ao considerar exportações totais de US$ 438 bilhões. Aplicando a fórmula de Trump, a tarifa imposta ao país foi de 34%. Cálculos semelhantes foram feitos para os demais países afetados.

É interessante observar que até países com os quais os EUA possuem superávit comercial enfrentaram tarifas padrão de 10%. Com isso, países cuja balança comercial está equilibrada não escaparam do mesmo destino.

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O comunicado do USTR defende que, apesar da complexidade em calcular tarifas com base em barreiras reais, a metodologia adotada é mais eficaz para atingir o objetivo de Trump: reduzir déficits comerciais. O texto afirma: “Embora seja complexo, se não impossível, calcular o impacto de dezenas de milhares de tarifas, regulações e políticas fiscais de forma individual, seus efeitos combinados podem ser representados por uma tarifa projetada para levar os déficits bilaterais a zero.” Um movimento audacioso, sem dúvida.

Trump anunciou a nova rodada de tarifas em uma cerimônia no Jardim das Rosas da Casa Branca, revelando um quadro com as taxas aplicadas aos EUA e suas respectivas tarifas ‘recíprocas com desconto’.

Mercados em alerta vermelho

Esta fórmula, inédita até então, pegou o mercado de surpresa. Para aumentar a confusão, as taxas divulgadas por Trump variavam das apresentadas no anexo de sua ordem executiva. Um exemplo é a Coreia do Sul, que foi listada com uma tarifa de 25% no quadro, mas 26% no anexo.

O governo havia informado que a nova metodologia consideraria tarifas e barreiras não tarifárias, como manipulação cambial. Contudo, o quadro de Trump apresentou essas taxas sob o título: “Tarifas cobradas dos EUA, incluindo manipulação cambial e barreiras comerciais”.

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Na prática, a fórmula usada não remeteu à abordagem previamente prometida pela Casa Branca. Em memorando datado de 13 de fevereiro, Trump havia solicitado uma análise minuciosa das relações comerciais não recíprocas com todos os parceiros dos EUA, abrangendo tarifas, impostos, barreiras não tarifárias, manipulação cambial e quaisquer práticas que limitassem o acesso ao mercado. No entanto, o documento não mencionava o saldo comercial entre países como critério para o cálculo das tarifas, mesmo associando a falta de reciprocidade a déficits persistentes.

Por último, a fórmula de Trump incluía dois parâmetros técnicos que se anulavam — a elasticidade-preço da demanda por importações e a elasticidade do preço das importações em relação às tarifas — resultando, na prática, em uma multiplicação por um. A obviedade disso somente aumenta as perguntas sobre a eficácia e a lógica da nova política tarifária.

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