Em um movimento controverso, o governo Trump decidiu bloquear o programa de cobrança de pedágio urbano da cidade de Nova York, revertendo a autorização federal concedida anteriormente. A expectativa agora é de um embate judicial sobre a legalidade dessa iniciativa.
O Secretário de Transporte dos EUA, Sean Duffy, anunciou que a Administração Federal de Estradas (FHWA) planeja rescindir seu acordo com a Autoridade de Transporte Metropolitano (MTA), que possibilitou a imposição de pedágios em algumas das vias mais congestionadas de Manhattan. Esta decisão ameaça interromper um programa que recentemente entrou em operação.
Duffy declarou: “Essa taxa é um desrespeito aos trabalhadores e pequenos empresários americanos. A cidade de Nova York deve estar acessível a todos, não apenas para uma elite.”
A MTA imediatamente contestou a decisão, processando o governo Trump em tribunal federal, alegando que o esforço para interromper o programa é ilegal. Segundo a MTA, a FHWA não possui a autoridade para anular um acordo que já foi implementado.
O CEO da MTA, Janno Lieber, enfatizou a importância do programa, que já teria contribuído para a redução do congestionamento e aprimorado os tempos de viagem. Ele destacou que, somente em janeiro, houve uma redução de 1,2 milhão de veículos ao sul da Rua 60, o que representa uma queda de 7,5% no tráfego.
Com a nova cobrança de US$ 9, a MTA planeja arrecadar muitos bilhões para modernizar o sistema de metrô da cidade, que enfrenta desafios financeiros. Sem esta receita, projetos de infraestrutura essenciais podem ser adiados, prejudicando a melhoria do transporte público.
A governadora de Nova York, Kathy Hochul, chamou o transporte público de “a tábua de salvação de Nova York”, afirmando que Trump deveria compreender a importância deste tema. “Essa é uma nação de leis e nos veremos no tribunal”, declarou.
Duffy ainda pretende anular o “programa piloto de precificação de valor”, que permite que agências de transporte implementem pedágios para reduzir o congestionamento. De acordo com Lieber, reverter esse acordo pode ter implicações em acordos semelhantes em outros estados.
Além disso, a tensão entre os estados continua. O governador de Nova Jersey, Phil Murphy, expressou sua preocupação de que o programa aumentaria a poluição e o tráfego em seu estado. “O plano atual beneficia a MTA às custas dos nova-iorquinos”, avaliou Murphy.
A Riders Alliance, que defende transporte público eficiente, também manifestou seu descontentamento com a decisão. Sua diretora executiva, Betsy Plum, está firme na intenção de defender as vitórias já conquistadas.
O deputado Jerrold Nadler, de Nova York, criticou a revogação como “ridícula”, ressaltando que não há base legal para tal ato do presidente. “Essa iniciativa é de grande magnitude e revogá-la sem fundamentos é quase inédito”, concluiu Nadler.
A cobrança de pedágio começou em 5 de janeiro, visando desincentivar o tráfego em uma das áreas mais movimentadas do mundo, além de proporcionar uma nova fonte de financiamento para importantes melhorias na infraestrutura do metrô.
Yonah Freemark, especialista em transporte, advertiu: “Essa decisão aumentará a poluição e o tráfego, reduzindo a qualidade de vida e piorando o acesso ao metrô.”

You must be logged in to post a comment Login