Trump critica Powell, mas descarta demissão do presidente do Fed

O presidente dos EUA, Donald Trump, deixou bem claro que não tem intenção de demitir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, mesmo com suas constantes críticas ao seu gerenciamento da taxa de juros.

Durante uma entrevista ao programa Meet the Press da NBC, exibida neste último domingo (4), Trump questionou: “Por que eu faria isso?” e acrescentou que terá a chance de substituir Powell em breve.

Recentemente, na quarta-feira (30), ele voltou a criticar o chefe do banco central, especialmente em meio à pressão crescente relacionada ao seu impopular “tarifaço”. O mandato de Powell está previsto para terminar em maio de 2026.

Espera-se que o Fed mantenha as taxas inalteradas nas próximas reuniões em Washington, que ocorrem nos dias 6 e 7 de maio. Apesar de preocupações com uma possível recessão, os últimos dados do governo mostraram um aumento robusto de 177 mil empregos em abril.

Se o Fed optar por não cortar as taxas, Powell, que foi nomeado por Trump em 2018, pode sofrer ainda mais pressão. E Trump não hesitou em afirmar que Powell não estaria disposto a cortar os juros apenas por não ser seu “fã”. Em suas palavras: “Ele simplesmente não gosta de mim porque eu acho que ele é um completo teimoso”.

Fontes próximas ao presidente, incluindo o secretário do Tesouro Scott Bessent, têm enfatizado a importância de Trump acalmar os mercados, assegurando que não planeja a remoção de Powell. O presidente havia gerado alvoroço ao alegar, em uma postagem nas redes sociais, que “a demissão de Powell não pode chegar rápido o suficiente!” e deixou claro em comentários que, se quisesse, ele sairia rapidamente do cargo.

Adicionalmente, Trump defendeu sua postura sobre as tarifas, ressaltando que empresas estão começando a realocar suas operações para os EUA e declarou que não descarta a possibilidade de torná-las permanentes. “Se alguém pensasse que elas seriam retiradas, por que eles investiriam aqui?” questionou.

Por fim, mesmo sendo questionado sobre a possibilidade de um terceiro mandato, o que é constitucionalmente proibido, ele pareceu desacreditar a ideia, mencionando que está mais interessado em ter quatro anos de sucesso e passar o bastão para um “grande republicano” no futuro. “Estou buscando ter quatro grandes anos e passar para alguém, idealmente um grande republicano, um grande republicano para dar continuidade.”