Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, fez um movimento audacioso ao enviar uma carta à liderança do Irã, solicitando negociações a respeito de um novo pacto nuclear. Essa solicitação acontece em meio a relatos crescentes sobre o aumento das atividades atômicas em Teerã.
Durante uma entrevista com Maria Bartiromo, da Fox, Trump revelou: “Eu escrevi uma carta para eles dizendo que espero que negociem, porque se tivermos que agir militarmente, será uma coisa terrível para eles.” Isso ocorre justamente quando a tensão entre as duas nações está em seu ponto mais crítico.
Embora o presidente não tenha descartado totalmente uma intervenção militar, ele enfatizou sua preferência por negociações pacíficas. “Não tenho certeza se todos concordam comigo, mas podemos fazer um acordo que seria tão benéfico quanto uma vitória militar”, destacou Trump.
Recentemente, a Agência Internacional de Energia Atômica fez um chamado para que os EUA e o Irã iniciassem conversas sobre as crescentes atividades nucleares de Teerã. Os monitores da ONU alertaram que o estoque de urânio enriquecido do Irã aumentou significativamente desde a vitória de Trump nas eleições presidenciais de novembro.
O uso de correspondência por parte de Trump recorda a abordagem de seu antecessor, Barack Obama, cujo diálogo com Khamenei levou a negociações que resultaram no Plano de Ação Conjunto Abrangente de 2015, que limitou o programa nuclear iraniano em troca de alívio de sanções. Trump, por sua vez, já havia trocado cartas com Kim Jong Un na tentativa de desmantelar o programa nuclear da Coreia do Norte.
Saindo do Acordo
Após assumir a presidência, Trump se afastou do acordo da era Obama, insatisfeito com os termos e, em vez disso, implementou uma política de máxima pressão contra o Irã, resultando em uma crise econômica no país e levando a temores de uma guerra iminente após a ordem de um ataque militar que matou um general iraniano.
O Irã, em resposta, intensificou seus ataques a bases dos EUA no Iraque e ampliou sua atividade nuclear, além de se aproximar da Rússia, que está fornecendo ajuda militar na invasão da Ucrânia.
No atual cenário, Trump tem buscado a assistência do presidente russo Vladimir Putin para facilitar a comunicação com o Irã sobre a questão nuclear, conforme informado por fontes próximas ao assunto neste mês.
Embora tenha expressado disposição para um novo pacto, Trump também anunciou um endurecimento das sanções contra o Irã, buscando restringir ainda mais suas exportações de petróleo. Khamenei, por sua vez, rejeitou qualquer forma de negociação enquanto os EUA continuarem com sua política de pressão máxima.
No dia 6, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarou que as sanções contra o Irã seriam amplificadas, gerando um fechamento rigoroso do setor petrolífero do país através de prazos específicos. “Deixar o Irã em uma situação de colapso econômico novamente iniciará nossa política de sanções reformulada”, afirmou ele em sua fala ao Clube Econômico de Nova York.

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