Na mais recente reunião da Assembleia Geral da ONU, o presidente Donald Trump trouxe à tona uma nova divisão em Washington sobre a Ucrânia, retirando o tradicional apoio dos EUA à condenação da invasão russa de 2022.
No dia 24 de setembro, os EUA surpreenderam ao votar contra uma resolução proposta pela Ucrânia, a qual denunciava a “invasão em larga escala” da Rússia, ocorrida há três anos. Em vez disso, o país apresentou uma proposta alternativa que pede um “fim rápido” ao conflito, o que representa uma mudança drástica na política externa dos EUA sob a administração Biden.
A resolução ucraniana recebeu 93 votos favoráveis, 18 contrários e 65 abstenções, enquanto a proposta dos EUA também foi aceita, embora de forma contestada.
Além disso, o G7 enfrenta um impasse em sua declaração conjunta sobre a guerra, com os EUA se opondo a qualquer linguagem que condene Moscow, algo que caracterizava declarações anteriores do grupo, conforme relataram fontes que preferiram permanecer anônimas.
Esse desenvolvimento evidencia uma mudança significativa na política externa dos EUA, especialmente em relação ao maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A administração Trump demonstrou um alinhamento maior com as políticas do presidente Vladimir Putin, incluindo a oposição à adesão da Ucrânia à OTAN e a aceitação de territórios capturados.
Diplomatas do G7 têm se esforçado para encontrar um consenso desde a semana passada, mas Washington também se mostrou relutante em apoiar sanções adicionais sobre energia, que visariam pressionar Moscow a buscar uma paz negociada. As tensões aumentaram, com os EUA ameaçando retirar seu apoio a um comunicado conjunto.
Anteriormente, a administração Trump pressionou por países na ONU a se oporem à resolução ucraniana, favorecendo um texto alternativo que supostamente buscaria uma via para a paz, conforme informado pela Bloomberg.
É importante notar que a versão americana não condena explícita a Rússia por sua invasão, tampouco reforça princípios de soberania ou integridade territorial, que estavam presentes em resoluções anteriores apoiadas pelos aliados. O texto expressa tristeza pela “trágica perda de vidas” e clama por um “fim rápido” ao conflito, além de pedir uma paz duradoura.
A versão dos EUA foi aprovada com algumas emendas, inclusive uma proposta pela França que descreve o conflito como “a invasão em larga escala da Ucrânia pela Federação Russa”, ao invés da linguagem inicial que se referia a um “conflito Federação Russa-Ucrânia”.

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