O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, fez uma declaração contundente nesta segunda-feira (11), onde indicou que estaria disposto a facilitar a venda de uma versão reduzida do chip de IA mais avançado da Nvidia (NVDC34) para a China.
Trump afirmou que estaria aberto a um acordo que permitiria à Nvidia enviar seus chips Blackwell para a China, desde que a empresa possa adaptá-los para serem menos avançados. “É uma possibilidade real que eu faça um acordo” para um processador Blackwell “um pouco aprimorado — ou melhor, menos aprimorado”, afirmou ele durante uma coletiva com jornalistas. “Ou seja, retirar de 30% a 50% de suas capacidades.”
A Nvidia optou por não comentar sobre as afirmações do ex-presidente. Trump fez a menção ao chip Blackwell ao confirmar um acordo incomum já fechado com a Nvidia, que permitirá à companhia vender seu chip de IA menos avançado, o H20, para a China, desde que a empresa pague 15% da receita gerada por essas vendas ao governo dos EUA. Segundo fontes a par do assunto, a Advanced Micro Devices (AMD) deverá entregar a mesma porcentagem da receita do MI308, em um movimento similar.
O pacto de compartilhamento de receita referente ao chip H20 — além da possível negociação para um acordoção para o Blackwell da Nvidia — demonstra a estratégia contínua de Trump em assegurar retorno financeiro ao governo dos EUA em troca de facilidades comerciais. No entanto, especialistas alertam que tais arranjos sem precedentes poderão criar um precedente preocupante para todas as empresas americanas que operam na China e podem minar a justificativa de segurança nacional do governo dos EUA para suas controvérsias em exportações.
Trump não especificou quando poderia se reunir com o CEO da Nvidia, Jensen Huang, para discutir o chip Blackwell, mas deu a entender que uma reunião poderá ocorrer em breve: “Acredito que ele pretende me ver novamente a respeito, mas será uma versão não aprimorada do chip em questão.”
O desenho Blackwell da Nvidia é fundamental para a potenciação dos computadores mais avançados que geram e executam softwares de IA. Atualmente, esses chips são considerados excessivamente sofisticados para serem vendidos à China, segundo as restrições impostas pelos EUA.
A Nvidia, assim como a sua concorrente, AMD, têm visto suas receitas provenientes da China caírem diante das novas e mais severas restrições do governo dos EUA sobre a exportação de chips de IA. Embora a administração Trump tenha começado a conceder algumas permissões para a venda de chip mais antigos para a China, esses produtos são apenas equivalentes aos oferecidos pelo mercado interno, levantando dúvidas sobre a sua atratividade nessa região.
Uma oferta mais inovadora poderia melhorar a posição da Nvidia no mercado chinês, contanto que receba a aprovação governamental.
Após o endurecimento das regras em abril, a Nvidia declarou que estava trabalhando em um novo chip específico para o mercado chinês e que buscaria autorização para a sua exportação. A empresa advertiu que o design mais antigo, Hopper, que serve de base para o chip H20 enviado à China, não poderia mais ser modificado para reduzir suas capacidades.

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