O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou em uma coletiva que nas próximas duas a três semanas irá definir as tarifas que serão aplicadas aos parceiros comerciais do país. Ele argumentou que sua administração não possui recursos para negociar com todos os parceiros simultaneamente.
Em declaração feita na sexta-feira (16), Trump informou que o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, “vão enviar cartas essencialmente dizendo às pessoas” quanto “elas terão que pagar para fazer negócios nos Estados Unidos”. Isso indica uma mudança significativa na abordagem do governo em relação ao comércio internacional.
Trump destacou durante uma reunião com empresários nos Emirados Árabes Unidos que “seremos muito justos”, porém também reconheceu a dificuldade em atender a “150 países querendo fechar um acordo”. Ele não especificou quais países receberão as notificações e ressalvou que os países notificados “poderão recorrer”, sem dar mais detalhes sobre como isso será implementado.
Até o momento, a Casa Branca e o Departamento de Comércio não responderam aos pedidos de comentários feitos na madrugada nos EUA, deixando muitas perguntas sobre o processo sem respostas.
Vale lembrar que, em abril, Trump havia anunciado aumentos tarifários para diversos parceiros comerciais, mas essa ação foi suspensa por 90 dias após uma reação negativa das bolsas de valores, dando espaço para novas negociações com governos estrangeiros. Porém, recentemente, ficou claro que o presidente está se distanciando da ideia de negociações individuais com cada país.
Embora as conversas com mais de uma dúzia de nações sejam prioridade, a falta de pessoal e recursos na estrutura do governo impede que os EUA realizem negociações simultâneas com todos os países que estão incluídos no plano de tarifas “recíprocas” que foi anunciado por Trump.
É importante notar que as tarifas são coletadas pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, mas os custos adicionais costumam ser repassados — total ou parcialmente — aos consumidores americanos, afetando diretamente a economia interna.
No início deste mês, Trump já havia comentado que as tarifas seriam determinadas para muitos países com a intenção de evitar tarifas mais elevadas. As negociações estão em andamento com economias significativas como Japão, Coreia do Sul, Índia e União Europeia. Recentemente, ele também anunciou um acordo preliminar com o Reino Unido e uma redução temporária de tarifas com a China, que têm como objetivo ganhar mais tempo nas tratativas.
Além disso, Trump declarou que Nova Délhi ofereceu eliminar tarifas sobre produtos americanos — uma afirmação que ainda aguarda confirmação por parte do governo indiano.
“Temos mais quatro ou cinco acordos próximos”, afirmou Trump no dia 9 de maio, ao divulgar o pacto com o Reino Unido, acenando para uma série de acordos que estão por vir. “Muitos acordos estão a caminho. No fim das contas, vamos apenas assinando os demais.”

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