Em uma reviravolta surpreendente, o presidente Donald Trump anunciou que irá retirar as sanções dos EUA contra a Síria, após a derrocada do ex-presidente Bashar al-Assad. Este movimento representa uma clara intenção de reintegrar o país devastado pela guerra na comunidade internacional.
“Eu estarei ordenando o fim das sanções contra a Síria para dar a eles uma chance de grandeza,” declarou Trump durante um discurso assertivo na cúpula de investimentos saudita-americana em Riade, nesta terça-feira (13). “É a hora deles brilharem.”
O presidente dos EUA se encontrará brevemente com o recém-empossado presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, na capital saudita nesta quarta-feira (14), de acordo com informações da Casa Branca.
A retirada das sanções proporcionará um impulso significativo para Sharaa, que liderou um grupo rebelde responsável pela derrubada do regime de Assad em dezembro. Ele está apresentando seu governo como um novo começo para a Síria, após mais de uma década de conflitos que resultaram no isolamento global de Assad e na devastação da economia síria.
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Asaad Al-Shaibani, classificou os comentários de Trump como um “ponto de virada” para o povo sírio.
“Vemos este anúncio de forma extremamente positiva,” disse à agência de notícias estatal síria Sana. “O presidente Trump pode alcançar um acordo de paz histórico e uma verdadeira vitória para os interesses dos EUA na Síria.”
Trump agradeceu ao príncipe herdeiro saudita Mohammed Bin Salman e ao presidente turco Recep Tayyip Erdogan pelas discussões que o levaram a tomar essa decisão.
“Oh, o que eu faço pelo príncipe herdeiro,” comentou Trump, fazendo referência ao líder saudita, anfitrião de sua primeira viagem internacional programada em seu segundo mandato.
Durante essa semana, Trump está visitando a Arábia Saudita, o Catar e os Emirados Árabes Unidos. Embora busque atrair bilhões de dólares de investimentos para os EUA, ele também busca destacar suas credenciais de pacificador e sua habilidade de estabilizar os conflitos na região.
“Pela primeira vez em mil anos, o mundo olhará para esta região não como um lugar de turbulência, conflitos, guerra e morte, mas como uma terra de oportunidades e esperança,” afirmou Trump, expressando seu desejo de resolver o conflito entre Israel e Hamas e conter o Irã, um adversário histórico dos EUA.
A Arábia Saudita tem pressionado para que os EUA levantem as sanções, visando reconstruir a Síria e assegurar que o país permaneça sob a influência árabe, especialmente após a perda do poder do Irã com a queda de Assad, que era um aliado de Teerã. A Rússia, por sua vez, já havia apoiado a permanência do ex-presidente sírio, que se refugiou em Moscou após ser derrubado.
Influentes sírio-americanos têm instado o governo dos EUA e figuras próximas a Trump a respaldar a transição liderada por Sharaa.
No entanto, a história de Sharaa como comandante vinculado à al-Qaeda e a presença de islamitas extremistas entre seus seguidores deixaram Washington e Israel cautelosos em relação ao novo governo.
A busca de Sharaa enfrentou um revés quando centenas de alauítas foram assassinados por fiéis do governo em ataques de vigilantes no início deste ano. Recentemente, a comunidade drusa solicitou assistência internacional após confrontos com forças governamentais, o que levou a uma intervenção militar de Israel.
Apesar disso, a reunião com Trump ocorrerá logo após a visita de Sharaa ao presidente francês Emmanuel Macron em Paris, sua primeira viagem fora do Oriente Médio após assumir a presidência, mostrando claramente que as nações ocidentais estão ansiosas para oferecer apoio ao seu governo.

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