O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a possibilidade de implementar tarifas recíprocas sobre produtos canadenses, incluindo laticínios e madeira, já nesta sexta-feira (7). A ameaça de interromper o comércio transfronteiriço voltou a surgir, colocando o Canadá sob pressão.
Trump não teve medo de ser claro: “O Canadá tem nos prejudicado com tarifas exorbitantes de 250% em madeira e produtos lácteos — algo que ninguém discute! Nossos agricultores estão sendo prejudicados. Isso não pode continuar!” declarou no Salão Oval.
O presidente havia amenizado um pouco a tensão anteriormente, adiando a implementação dessas tarifas sobre produtos mexicanos e canadenses, devido a um acordo de livre comércio, mas deixou claro que sua abordagem não mudará. “Se eles não reduzirem suas tarifas, a partir de hoje, aplicaríamos as mesmas tarifas. Não é justo!” enfatizou Trump.
Esses comentários vêm após uma semana tumultuada, onde ele decretou tarifas de 25% sobre os principais parceiros comerciais, como México e Canadá, e aumentou as taxas sobre a China para alarmantes 20%. A preocupação é que essa agenda comercial agressiva de Trump possa aprofundar a crise econômica dos EUA, que já enfrenta inflação alta e queda na confiança do consumidor.
Ao defender sua estratégia, Trump argumentou que essas tarifas estão ajudando a criar empregos na indústria manufatureira americana, buscando reverter o que ele chamou de declínio sob a administração anterior. “Não só interrompemos o colapso na manufatura, como iniciamos um crescimento significativo. Quase 9.000 empregos foram criados na área automotiva”, disse Trump, crente em sua abordagem.
No entanto, líderes da indústria têm pressionado por um alívio em relação às tarifas, já que a produção automotiva é altamente interconectada entre os EUA, Canadá e México. Além disso, a produção de empregos apresentou resultados mistos, com uma taxa de desemprego que subiu para 4,1% e a criação de 151 mil postos de trabalho não agrícolas.
Enquanto isso, o mercado de tecnologia também experimentou um revés, com o Índice Nasdaq 100 caindo mais de 10%, alimentando preocupações sobre a resposta do mercado às políticas econômicas de Trump — que, em geral, busca validação através do desempenho das ações.

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