Em um pronunciamento recente, Donald Trump negou categoricamente as alegações de que estaria sabotando as empresas de Elon Musk, seu ex-aliado, em retaliação a uma disputa sobre a nova lei tributária implementada por sua administração nos EUA.
Trump declarou: “Estão espalhando por aí que eu irei arruinar as empresas de Elon ao cortar alguns, se não todos, os grandes subsídios que ele recebe do governo dos EUA. Isso é falso! Quero que Elon — e todas as empresas em nosso país — FLOREÇAM.” As palavras foram postadas por Trump em uma rede social na quinta-feira (24), mas o contexto exato dos comentários permanece nebuloso.
“Se eles estiverem indo bem, isso é benéfico para os EUA – e isso é vantajoso para todos nós. Estamos atingindo recordes diariamente, e quero que isso continue!”, enfatizou o ex-presidente.
Após a declaração de Trump, as ações da Tesla, que inicialmente caíram até 9,5%, conseguiram se recuperar um pouco, encerrando em queda de 7,8% por volta das 10h03 em Nova York. Antes disso, as ações acumulavam uma queda de 18% no ano, apesar de uma leve recuperação desde os pontos mais baixos em março e abril.
Essas declarações evidenciam a turbulenta relação entre duas figuras de influência global, especialmente após tensões que motivaram Musk a desferir críticas a Trump e até cogitar a criação de um novo partido político. Em resposta, Trump ameaçou suspender contratos governamentais e subsídios destinados às empresas de Musk.
Apesar das tentativas de reaproximação entre ambos, os danos aos negócios de Musk já eram palpáveis. Em seu relatório trimestral apresentado na quarta-feira, a Tesla mencionou o cancelamento de subsídios para veículos elétricos e o aumento de tarifas — ambas políticas implementadas por Trump — como desafios significativos para suas operações automotivas e energéticas.
Musk também expressou preocupações sobre a Tesla enfrentar um período difícil, com transições que podem se estender por mais de um ano, devido à perda de incentivos fiscais nos EUA e o tempo necessário para desenvolver veículos autônomos.
“Certamente enfrentaremos trimestres desafiadores”, alertou Musk.
No mês de maio, Musk decidiu deixar seu cargo no governo, onde chefiava uma iniciativa de redução de custos da administração Trump, para focar novamente em suas empresas — muitas das quais dependem fortemente do governo federal.
Por exemplo, a SpaceX é uma contratada-chave do governo, mantendo vínculos sólidos com a NASA e o Departamento de Defesa dos EUA. Já a Tesla, que representa a maior parte da riqueza de Musk, usufruiu durante anos de um crédito fiscal de US$ 7.500 para compradores de veículos elétricos, além de receber receita pela venda de créditos regulatórios a montadoras que precisam atender às rígidas normas federais de emissão e eficiência energética.
Em meio à crescente tensão, Musk fez uma ameaça de desativar a cápsula Dragon da SpaceX, um equipamento vital que a NASA emprega para transportar astronautas e suprimentos à Estação Espacial Internacional. Contudo, posteriormente, Musk recuou, e a SpaceX segue firme com suas operações e lançamentos da Dragon.

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