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Trump adota nova postura em relação à China por cúpula com Xi e acordos comerciais

Mudança de estratégia indica busca por acordo comercial, mas levanta preocupações sobre segurança nacional.

Trump e Xi Jinping em coletiva
<p>Qilai Shen/Bloomberg</p>

O presidente Donald Trump decidiu baixar o tom em suas críticas à China na tentativa de garantir uma cúpula com Xi Jinping e avançar nas negociações de um acordo comercial com o gigante asiático. Informações de fontes internas revelam que, após seis meses de seu segundo mandato, o tom agressivo que marcava sua campanha eleitoral – centrado no déficit comercial dos EUA e na perda de empregos – foi deixado de lado.

Agora, Trump opta por uma abordagem mais conciliatória, enquanto busca acordos de compras com a China, semelhantes aos feitos em seu primeiro mandato, ao invés de focar nas raízes fundamentais dos desequilíbrios comerciais. Os números falam por si: a China atingiu um superávit comercial recorde no primeiro semestre do ano, impulsionado por um aumento nas exportações.

Em declarações recentes, Trump assegurou que sua postura em relação à China seria “muito amigável”. Nos bastidores, fontes relatam que, em reuniões com sua equipe, Trump tem se mostrado menos combativo, ao contrário de outros membros que ainda defendem um tom mais duro.

Vale lembrar que, apesar de sua amizade pessoal com Xi, Trump impôs no passado sanções severas à Huawei e tarifas em boa parte das exportações chinesas. A mudança em sua retórica gerou inquietação em analistas políticos e econômicos, que se questionam se as antigas linhas vermelhas dos EUA estão agora prontas para serem negociadas.

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A recente decisão de permitir que a Nvidia revenda seu chip H20 para a China, algo que anteriormente não estava em pauta, revela uma inversão significativa na política de exportação americana. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, já havia destacado esses controles como sinal da rigidez da administração, enquanto senadores expressavam preocupação sobre a troca de semicondutores avançados por materiais raros provenientes da China.

Ainda que os EUA mantenham a necessidade de aprovação para exportações, há divisões internas quanto à concessão de licenças que poderiam fortalecer as indústrias tecnológicas chinesas. Por outro lado, alguns assessores argumentam que permitir que a Nvidia opere no mercado chinês é crucial para vencer a corrida tecnológica em inteligência artificial.

“Conversas produtivas”

De acordo com um porta-voz da administração, Trump exerce controle total sobre as decisões comerciais, reforçando que ele tem se esforçado para equilibrar as condições para os trabalhadores e empresas americanas, enquanto mantém o diálogo com parceiros comerciais.

Para mitigar tensões, a administração está considerando prorrogar o prazo de 12 de agosto, data em que as tarifas sobre a China retornariam a 145%, após uma trégua de 90 dias. Bessent indicou que este prazo é flexível, e surge a expectativa de que a trégua tarifária possa se estender por mais três meses.

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Paralelamente, o secretário de Estado, Marco Rubio, vislumbrou a possibilidade de um encontro entre Trump e Xi, destacando a natureza construtiva de suas conversas com o ministro das Relações Exteriores da China.

Entretanto, a abordagem amena de Trump em relação à China divide sua equipe, com alguns conselheiros defendendo a manutenção de uma linha firme e a exclusão de negociações sobre controles de exportação. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, já admitiu que as novas restrições tinham também o objetivo de irritar Pequim.

O desenvolvimento atual suscita dúvidas sobre até onde Trump estaria disposto a ir em termos de flexibilização das políticas de segurança nacional, caso a China exija. Enquanto alguns temem que um novo afrouxamento sobre os semicondutores seja iminente, outros acreditam que o chip H20, menos potente, não significa que os itens mais avançados estão em negociação.

Aliados e empresas na Europa e Ásia estão atentos às mudanças na estratégia americana, assim como as reações do setor tecnológico chinês. Fontes do setor indicam que frequentemente saem das reuniões sem uma clara compreensão dos objetivos que continuam a mudar.

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Recuos surpreendentes

Decisões no setor tecnológico em relação à China têm sido tomadas sem a consulta a órgãos que normalmente participam do processo, com algumas restrições anteriores sendo revistas. Por exemplo, a recente reversão nas vendas de software de design de chips trouxe surpresas na administração.

A decisão sobre a venda do chip H20 também não foi amplamente divulgada, e recentes propostas de sanções contra empresas chinesas de semicondutores foram adiadas à medida que as negociações comerciais progridem.

Trump é conhecido por ajustar sua posição rapidamente em relação à China, o que o torna suscetível a críticas. O especialista em China, Derek Scissors, opinou que o desejo do presidente por um acordo pode ser temporário, especialmente diante do crescente déficit comercial.

As autoridades americanas notaram uma postura arrogante por parte dos representantes chineses, que se sentem vantajosos devido ao controle dos ímãs de terras raras e à habilidade de utilizar a dependência americana dessas matérias como uma arma. Atualmente, a China exige que empresas entreguem dados sensíveis e atualizem licenças de exportação a cada seis meses.

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