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Treasure Longo: Oportunidade Inigualável em Renda Fixa Para Investidores

Com o pico nos juros americanos se aproximando, investidores já veem os Treasuries de 10 anos ou mais como um grande acerto. O que a história nos ensina?

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Dados históricos comprovam que investidores que mantêm títulos de longo prazo têm um céu sem nuvens à vista. Ao longo das décadas, os títulos do Tesouro americano com vencimento em 10 anos ou mais superaram os de prazos mais curtos logo após o último aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed). Esses títulos renderam, em média, 10% nos seis meses subsequentes ao pico dos fed funds.

A chave para essa estratégia está em prever qual será realmente o último aumento de juros, e os gestores estão cada vez mais certos de que um aumento de 0,25 ponto percentual agendado para a próxima semana encerrará a sequência de ajustes que começou em março de 2022. Estudos do Bank of America e JP Morgan indicam que investidores já estão intensificando sua exposição a esses títulos de longo prazo.

“Estamos apostando na extensão do prazo neste ponto do ciclo”, afirma Nisha Patel, diretora da Parametric Portfolio Associates LLC. “Historicamente, durante as fases de aperto, os rendimentos costumam cair” entre a última alta e o primeiro corte de juros, ressalta.

Maior Valorização Desde Março

Nesta semana, os títulos registraram sua maior valorização desde março, quando a falência de diversos bancos regionais levou a uma demanda por ativos considerados seguros. Essa alta aconteceu após um relatório revelar que o aumento dos preços ao consumidor foi o mais lento dos últimos dois anos.

Os contratos de swap, que na semana passada indicavam mais de 50% de chances para um novo aumento de juros, agora reavaliaram suas apostas para cerca de 20%, aumentando as expectativas para cortes de taxas no próximo ano.

Essa mudança de cenário pressionou o dólar, que registrou sua maior queda semanal desde novembro. Com o Banco Central Europeu e outras autoridades monetárias adotando um enfoque restritivo, é provável que o dólar sofra ainda mais, conforme analisam os estrategistas do ING.

Em termos de títulos, os maiores movimentos nos rendimentos foram observados em prazos curtos e intermediários, que geralmente refletem a política do Fed. A taxa de cinco anos caiu quase 35 pontos-base, enquanto a taxa de 30 anos teve uma queda menor de apenas 13 pontos-base.

Entretanto, a maior sensibilidade dos títulos de longo prazo em relação a mudanças nos rendimentos significa que os investidores podem usufruir de recompensas mais significativas.

Qual o Potencial de Valorização dos Títulos de Longo Prazo?

Em média, os títulos do Tesouro com vencimento em 10 anos ou mais tiveram ganhos de 10% nos seis meses seguintes ao pico da taxa de juros do Fed, enquanto os de cinco a sete anos renderam 6,5% e os de três anos, 3,7%, conforme dados da Bloomberg.

Nos últimos 12 meses, os títulos de longo prazo registraram 13% de retorno, superando os demais segmentos do mercado.

“Ainda há retornos a serem capturados no setor de renda fixa” afirmou Rob Kapito, presidente da BlackRock, a analistas na última sexta-feira (14). Ele classificou os altos rendimentos como uma “mudança notável” e uma “oportunidade geracional”.

Na fase final do ciclo, investir em títulos longos mostrou-se mais seguro do que tentar prever mudanças em retornos, como demonstrado esta semana, quando as taxas de dois a cinco anos caíram mais acentuadamente do que as de longo prazo, amplificando a curva de rendimento.

A discrepância entre os rendimentos de dois e 10 anos aumentou nos seis meses após o Fed encerrar um ciclo de aperto em dezembro de 2018, mas diminuiu após o ciclo de 2006.

“Investir em títulos longos na parte final do ciclo de aperto é uma estratégia mais consistente do que atuar em ciclos iniciais, onde o sucesso depende crucialmente de um ‘hard landing’ do Fed”, afirmaram os analistas do Bank of America.

Uma pesquisa mensal do Bank of America, realizada desde 2004, revelou que os investidores acumularam um número recorde de posições para se proteger de riscos associados a mudanças nas taxas de juros no mês de junho, mas esse movimento retrocedeu neste mês.

“A ideia de apostar em prazos longos me agrada”, declarou Eddy Vataru, gestor de renda fixa da Osterweis Capital Management. Ele acredita que a inflação, que recuou pela 12ª vez no mês passado — indo de 9,1% no ano passado para 3% — tem potencial para cair abaixo de 2%.

Mas, e se o Fed Aumentar Juros Mais Duas Vezes?

Entretanto, os membros do Fed seguem cautelosos.

As previsões trimestrais da taxa básica de juros divulgadas em junho apontavam para a expectativa média de dois novos aumentos ainda este ano. Christopher Waller afirmou na semana passada concordar com essa possibilidade, mesmo após o último dado de inflação ter ficado abaixo do esperado, visto que o mercado de trabalho se mantém robusto.

Embora a força do mercado de trabalho possa levar o Fed a continuar com o aperto além de julho, analistas afirmam que investidores já podem acumular títulos do Tesouro, pois os rendimentos estão suficientemente altos para servir como uma proteção atraente contra uma potencial recessão, conforme apontou Michael Franzese, chefe de trading de renda fixa da MCAP.

“Atualmente, muitos investidores estão apostando na compra de [títulos de longo prazo]”, declarou ele, “caso os rendimentos voltem a subir”.

“Podemos testemunhar uma onda de novas aquisições, visto que os títulos do Tesouro podem oferecer um excelente retorno quando o Fed eventualmente iniciar os cortes”.

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