A Tesla (TSLA34) fez ondas no recente evento em Los Angeles ao revelar que seus protótipos de robô Optimus, apresentando capacidades impressionantes, eram controlados remotamente por humanos. Essa estratégia, conforme fontes internas, tinha como objetivo instigar um entusiasmo renovado dos investidores sobre o futuro da empresa.
Funcionários em locais remotos supervisionaram as interações entre os robôs humanoides e os participantes da vitrine “We, Robot”. Embora os robôs demonstrassem algumas habilidades autônomas usando inteligência artificial, ficou evidente que a intervenção humana ainda era necessária. Essa revelação, que surgiu nas redes sociais após o evento, foi especialmente ilustrada por um vídeo do bartending Optimus, que admitiu estar “sendo ajudado por um humano”. Curiosamente, esse detalhe não foi mencionado pelo CEO Elon Musk durante sua apresentação ao vivo.
Essa dependência de operação humana levanta questionamentos sérios sobre a viabilidade e a prontidão do robô para o mercado. Musk havia declarado anteriormente que acredita que o Optimus pode se tornar “o maior produto de qualquer tipo”, prometendo que ele pode lidar com tarefas cotidianas, com preços previstos entre U$ 20 mil e U$ 30 mil – o que equivale a aproximadamente R$ 112 mil a 169 mil.
O que Ele Pode Fazer?
Durante o evento, Musk instigou a curiosidade ao perguntar: “O que ele pode fazer?”. O CEO listou uma série de funções: “Ele pode ser professor, cuidar de crianças, passear com o cachorro, cortar grama, fazer compras, ser seu amigo, servir bebidas… O que você puder imaginar, ele fará.”
Embora a Tesla já tivesse revelado protótipos do Optimus anteriormente, foi a primeira vez que o público teve a oportunidade de interagir diretamente com os robôs, que serviram bebidas, deram high fives e até jogaram pedra, papel e tesoura.
As promessas em torno das capacidades do robô atraem a atenção dos investidores, mesmo diante de um cronograma ainda incerto para o lançamento. Lembrando que, em 2022, um protótipo inicial precisou ser carregado por pessoas no palco para funcionar. As atualizações da Tesla mostraram versões que classificam blocos e dançam, mas a dependência de controle remoto pôs em evidência a fragilidade das previsões.
Lançamento do Robotaxi
Inicialmente, a inclusão do Optimus na apresentação foi inesperada; Musk solicitou sua participação apenas três semanas antes do evento, resultando na falta de tempo para atualizações adequadas de software. Isso tornou o controle remoto uma necessidade.
O Optimus não foi o único destaque do evento, que também introduziu o robô-táxi Cybercab e um conceito de van. Participantes, que incluíam investidores e analistas, desfrutaram de passeios em veículos autônomos operados sem intervenção humana.
Apesar do entusiasmo, o evento foi amplamente considerado decepcionante, devido à escassez de detalhes técnicos e à falta de clareza sobre os planos para o negócio de robô-táxi. A resposta do mercado foi imediata, com as ações da Tesla caindo dramaticamente no dia seguinte.
Musk deveria ter discutido uma gama mais ampla de tópicos sobre direção autônoma, incluindo tecnologias do caminhão Semi e detalhes sobre um futuro serviço de transporte, mas houve uma notável omissão de informação durante sua apresentação.
Várias interações com o Optimus foram citadas como os pontos altos do evento. Nancy Tengler, CEO da Laffer Tengler Investments, comentou: “O Optimus roubou a cena; ele entrou dançando e parecia notavelmente humano.”
O analista Dan Ives, da Wedbush, descreveu o evento como “um vislumbre do futuro”, afirmando que a tecnologia que imita os humanos está agora “potencialmente muito mais próxima da realidade” do que se imaginava anteriormente.
Gene Munster, sócio-gerente da Deepwater Asset Management, admitiu que foi “enganado” ao observar que o Optimus estava sob controle remoto, mas destacou que isso abriu uma “janela para o potencial desses produtos.”
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