Uma nova proposta de reforma tributária apresentada pelo presidente Donald Trump está deixando a Tesla, a montadora de Elon Musk, em uma situação delicada. O projeto em questão visa eliminar, até o final deste ano, o crédito fiscal de até US$ 7.500 disponível para compradores de determinados modelos da Tesla (BDR: TSLA34) e de outros veículos elétricos. Isso acontece sete anos antes do que estava previsto, e segundo analistas do JPMorgan, a medida pode levar a uma redução de até US$ 1,2 bilhão (aproximadamente R$ 6,7 bilhões) no lucro anual da Tesla.
Desde que deixou a Casa Branca, Musk tem se mobilizado intensamente para barrar essa proposta, que ele caracterizou como uma “abominação repugnante”. O CEO da Tesla tem feito lobby junto a deputados republicanos, incluindo um pedido direto ao presidente da Câmara, Mike Johnson, para que se mantenham os incentivos fiscais voltados para veículos elétricos.
Porém, a Tesla não é a única que enfrenta problemas. Está em jogo também uma lei recém-aprovada no Senado que desestimulam as vendas de elétricos na Califórnia. Essa legislação pode resultar em uma perda adicional de cerca de US$ 2 bilhões em créditos regulatórios, conforme aponta o JPMorgan.
No total, essas mudanças ameaçam a segurança de quase metade dos mais de US$ 6 bilhões em lucro operacional (EBIT) previstos para a Tesla neste ano, conforme análise do especialista Ryan Brinkman.
Adicionalmente, o texto aprovado na Câmara não só propõe o fim antecipado dos incentivos à produção de energia limpa, mas também impõe restrições rigorosas ao uso de componentes chineses, o que, segundo analistas, pode inviabilizar a obtenção dos créditos. A venda desses créditos a terceiros também seria restringida.
A divisão de energia da Tesla não ficou em silêncio. Eles criticaram a proposta, afirmando que desmantelar os incentivos à energia limpa pode afetar gravemente a segurança energética dos Estados Unidos, além da estabilidade de sua rede elétrica.
Esses incentivos críticos foram estabelecidos durante o governo Biden, através da Lei de Redução da Inflação, que visava promover a produção interna de baterias e veículos elétricos. A presença da Tesla nos EUA é inegável, com fábricas localizadas na Califórnia e no Texas, além de refinarias de lítio e unidades de produção de baterias.
Os efeitos dessas políticas já são visíveis: em 2024, as vendas de veículos elétricos nos EUA aumentaram 7,3%, alcançando um recorde de 1,3 milhão de unidades, segundo dados da Cox Automotive.

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