As ações da Tesla Inc. (TSLA34) enfrentaram um colapso histórico, caindo 15% nesta segunda-feira (15), o pior desempenho em quase cinco anos, impulsionadas por um clima de crescente desconfiança em Wall Street em relação à demanda pelos veículos elétricos da companhia.
As projeções cortadas para o primeiro trimestre e o ano inteiro por Joseph Spak, do UBS Group AG, foram um golpe certeiro. Além disso, Ben Kallo, analista da Robert W. Baird & Co., também revisou para baixo suas estimativas de entrega da Tesla. Isso levanta questões cruciais sobre a trajetória da empresa.
D desde o seu pico de US$ 479,86 em 17 de dezembro, a Tesla já viu mais de 50% de seu valor evaporar, o que representa uma perda de mais de US$ 800 bilhões na capitalização de mercado. Este dia marcou o sétimo pior em toda a história da ação.
Spak previu que a Tesla deverá entregar apenas 367.000 veículos neste trimestre, uma queda de 16% em relação à estimativa anterior. Incrivelmente, ele não antecipa que a empresa consiga superar as vendas do ano passado em 2025, projetando uma redução anual de cerca de 5%. Essa previsão contrasta fortemente com a média dos analistas que preveem um crescimento de aproximadamente 10%. Os executivos da Tesla têm insistido que a empresa retornará ao crescimento em 2025, mas a realidade parece mais complicada.
“Embora a atualização do Model Y possa impulsionar as vendas, notamos que a demanda está moderada”, afirma Spak em um relatório. Ele destacou que, na China, os clientes estão enfrentando tempos de espera de apenas duas a quatro semanas para o novo SUV, uma indicação preocupante da oferta superando a demanda.
Além disso, as interrupções na transição do modelo mais emblemático da empresa, aliadas ao descontentamento em relação ao CEO Elon Musk, estão comprometendo a presença da Tesla em mercados chave. Na Alemanha, por exemplo, a queda nas vendas foi de alarmantes 70% nos primeiros meses, coincidindo com as opiniões polêmicas de Musk sobre a política local.
Na China, que representa o maior mercado de veículos elétricos do mundo, a Tesla enfrenta forte concorrência da BYD. As remessas de veículos da fábrica em Xangai caíram 49%, resultando em apenas 30.688 unidades enviadas em fevereiro, sendo este o pior número desde julho de 2022.
A jornada das ações da Tesla nesta segunda-feira foi marcada por uma queda que não se via desde janeiro de 2023. Se o fechamento ocorrer próximo à mínima do dia em US$ 225,59, será a maior perda diária desde setembro de 2020.

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