Na última sexta-feira, 28, Mianmar foi abalado por um terremoto de magnitude 7,7, que já deixou um saldo devastador de ao menos 144 mortos, segundo o líder militar do país.
O epicentro do tremor foi localizado a 16 quilômetros ao noroeste de Sagaing, revelando a severidade do evento sísmico, que também gerou um segundo tremor de magnitude 6,4 na mesma região.
Min Aung Hlaing, chefe da junta militar, expressou preocupações sobre o aumento do número de mortos e feridos em um discurso transmitido pela MRTV. “Construções desabaram em várias localidades, e as operações de resgate estão em curso. Por isso, apelamos por auxílio internacional”, afirmou.
O governo já aceitou ofertas de ajuda da Índia e do AHA Center, agência regional de gestão de desastres.
Com mais de 700 feridos até o momento, os hospitais em Naypyidaw, Mandalay e Sagaing estão enfrentando superlotação, de acordo com o porta-voz do Conselho de Administração do Estado, major general Zaw Min Tun.
Relatos do veículo estatal The Global New Light of Myanmar indicam que várias pontes e prédios cederam em diferentes regiões do país. Um estado de emergência foi declarado em seis províncias, incluindo a capital Naypyidaw e Mandalay, a segunda maior cidade.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que a Europa está disposta a oferecer apoio a Mianmar e à Tailândia, enquanto o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, revelou a intenção de contribuir durante sua visita a Bangkok na próxima semana.
A crise humanitária é ainda mais complexa devido ao cenário de guerra civil em Mianmar, que vem afetando a economia local desde 2021.
Bill McGuire, especialista da University College London, alerta que a qualidade das construções na região pode não ter sido suficiente para resistir a um tremor dessa magnitude, prevendo um aumento no número de vítimas à medida que as informações vão surgindo.
Danos na Tailândia
Do outro lado da fronteira, em Bangkok, a situação também é preocupante. Um edifício em construção de 30 andares desabou, deixando pelo menos 12 feridos e confirmando três mortes, de acordo com o governador Chadchart Sittipunt.
Após o desastre, o vice-primeiro-ministro Prasert Jantararuangtong informou que as negociações nas bolsas de valores foram interrompidas, e o sistema de telecomunicações da cidade sofreu falhas. A primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra classificou Bangkok como uma “área de emergência”.
A Tailândia, importante polo de produção de eletrônicos, não reportou danos significativos às grandes indústrias, como a Samsung e Hon Hai Precision Industry. O ministério das Finanças da Tailândia também garantiu que não há impacto relevante na economia ou na infraestrutura fiscal do país.
Por fim, especialistas como Nguyen Xuan Anh, do Instituto de Geofísica, alertam que tremores fortes costumam ser seguidos por réplicas. Embora muitos no Vietnã tenham sentido o tremor, o governo acredita que o impacto por lá será mínimo.

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