Um surto de uma misteriosa doença gripal em uma região isolada da República Democrática do Congo se torna uma “grande preocupação de saúde pública”. Essa afirmação é do chefe da agência de saúde pública da União Africana, que ressaltou a seriedade da situação.
Recentemente, o Congo registrou mais 147 casos da enigmática “Doença X” apenas na última semana. Essa informação foi divulgada pelo diretor-geral do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças, Jean Kaseya, durante uma coletiva de imprensa online realizada nesta quinta-feira (12).
Desde o final de outubro, mais de 500 casos da doença não identificada foram reportados. As autoridades nacionais foram alertadas sobre o surto em 1º de dezembro. A maioria dos casos se concentra em crianças com menos de cinco anos, e o surto coincide com um aumento na circulação de gripe na região. Tragicamente, dezenas de pessoas já perderam a vida devido a essa doença.
Confirmar o agente patogênico dessa doença tem se mostrado uma tarefa complexa, especialmente considerando a remota localização do epicentro do surto. A zona de saúde de Panzi, no sudoeste do Congo, carece de laboratórios capazes de realizar testes e diagnósticos adequados. Isso tem exigido que as amostras precisem ser enviadas à capital, Kinshasa, um trajeto que pode levar de dois a três dias por estrada, o que prejudica a qualidade das amostras. Para contornar essa dificuldade, esforços estão sendo feitos para utilizar transporte aéreo para levar as amostras, pelo menos em parte do percurso.
O CDC da África é otimista e espera que novas amostras cheguem a Kinshasa na próxima semana, conforme destacou Kaseya. Essa medida pode ser crucial para entender melhor a natureza da “Doença X” e combater o surto eficazmente.
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