A Suprema Corte dos EUA tomou uma decisão crucial ao afirmar que a administração do presidente Donald Trump deve agir para trazer de volta Kilmar Abrego Garcia, um homem de Maryland deportado erroneamente para uma prisão notória em El Salvador. Na quinta-feira, os juízes rejeitaram as alegações da administração Trump de que a ordem do tribunal de primeira instância estava além da autoridade governamental. A corte enfatizou que o governo deve “facilitar” o retorno de Abrego Garcia e garantir que seu caso seja tratado de forma justa, como se ele nunca tivesse sido deportado.
Essa decisão não só limita o poder de deportação da administração, mas também ressalta a importância do devido processo judicial em casos de imigração. A Suprema Corte anteriormente deixou que a administração utilizasse uma lei de guerra para deportar supostos membros de gangues venezuelanas, contanto que eles tenham a chance de se defender. Nos procedimentos iniciais, a juíza do tribunal distrital Paula Xinis havia estabelecido um prazo de 7 de abril para que o governo facilitasse o retorno de Abrego Garcia, que já havia expirado. Ela havia ressaltado que o governo precisava agir rapidamente.
Na quinta-feira à noite, após novas deliberações, a juíza Xinis emitiu uma ordem mais clara, exigindo que a administração tome todas as medidas possíveis para assegurar o retorno de Abrego Garcia aos EUA o mais rápido possível. Ela até pediu que o governo a atualizasse sobre as ações tomadas até a manhã de sexta-feira e programou uma audiência para o mesmo dia.
O Departamento de Justiça alegou que Abrego Garcia foi deportado devido a um “erro administrativo” e que não havia mais autoridade legal para trazê-lo de volta. Seus advogados, no entanto, argumentaram que a administração pode e deve atuar, já que os Estados Unidos estão efetivamente pagando a El Salvador para mantê-lo na prisão. Um montante de US$ 6 milhões está sendo destinado a El Salvador, evidenciando a influência americana no caso.
Os advogados de Abrego Garcia lembraram que ele estava legalmente residindo em Maryland com sua esposa e filhos, todos cidadãos americanos. Seu caso é emblemático das falhas do sistema de imigração, especialmente considerando que ele não deveria ser deportado para um país onde enfrentaria sérias ameaças à sua segurança, como extorsão e perseguição por gangues.
Abrego Garcia foi detido em 12 de março e, embora tenha sido acusado de ter participação em gangues, não há condenação ou acusação formal. Ele foi enviado a El Salvador em 15 de março, em meio a uma operação que envolveu mais de 200 supostos membros de gangues.

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