Desde a sua estreia em 1975, o Superdome em Nova Orleans se consolidou como um ícone dos grandes jogos de futebol americano, recebendo o Super Bowl a cada poucos anos.
Revolucionário para a época, o estádio apresenta um placar eletrônico de quatro lados e uma arquitetura que remete a uma espaçonave. Nova Orleans, por sua fama de cidade festiva, tornou-se o palco ideal para momentos memoráveis, como o espetáculo do intervalo do Super Bowl XII em 1978 trouxe o virtuose do jazz, Pete Fountain, e o filme dramático Superdome, protagonizado por Tom Selleck.
Neste domingo (9), o Caesars Superdome receberá o Super Bowl pela oitava vez em 59 anos, mais do que qualquer outro local na história do evento. O rapper Kendrick Lamar está escalado para um dos shows de intervalo mais esperados, enquanto o Kansas City Chiefs busca um inédito tricampeonato.
Entretanto, há uma sombra crescente sobre o futuro de Nova Orleans. Com 12 anos desde o último Super Bowl na cidade, o Superdome agora é o quinto estádio mais antigo da NFL e enfrenta a ascensão de Las Vegas como o novo centro esportivo americano.
A incerteza é real, já que o time local, os Saints, e o estado estão em meio a negociações contenciosas sobre um contrato de locação a longo prazo. Além disso, o futuro dos Saints está em jogo: Gayle Benson, sua proprietária de 78 anos, planeja vender a equipe ao falecer, o que poderia culminar em uma mudança para outra cidade.
Publicamente, a NFL ressalta a cultura vibrante de Nova Orleans. “A cidade possui uma energia única e fácil locomoção,” afirmou Peter O’Reilly, vice-presidente executivo da liga.
Administrado pelo Louisiana Stadium and Exposition District, o Superdome passou por reformas significativas a partir de 2020, numa tentativa de assegurar um novo contrato de locação e garantir o futuro do Super Bowl na cidade. Com um custo estimado de US$ 450 milhões, a modernização teve um impulso devido à pandemia, atingindo realidades financeiras de cerca de US$ 560 milhões.
Após contratempos nas negociações, especialmente entre o presidente dos Saints e o LSED, um acordo ainda é incerto, mas partes envolvidas acreditam que a permanência dos Saints em Nova Orleans é uma expectativa na mesa.
As tensões entre as cidades, estados e franquias não são novidade, aumentando conforme cresce a resistência contra o financiamento público para estádios. Os Chiefs, por exemplo, recentemente pressionaram por um aumento de impostos sobre vendas para reformas em seu estádio no Missouri, que foram rejeitadas.
As reformas no Superdome incluem escadas rolantes, corredores mais largos e um incremento significativo na infraestrutura de alimentação, melhorando a experiência do torcedor no local.
Com a concorrência que vem se intensificando, já há planos para Nashville se tornar uma nova sede do Super Bowl com a construção de um novo estádio. Las Vegas, com sua população quase dobrada e maior índice de acomodações, desponta como favorita para sediar eventos da NFL. “A cidade possui um alto padrão a superar,” apontou o governador de Nevada, Joe Lombardo.
Os riscos para Nova Orleans são palpáveis, sendo uma das menores cidades a abrigar um time da NFL, o que gera incertezas. Contudo, Michael Hecht, CEO da Greater New Orleans Inc., garante que a dedicação de Gayle Benson à cidade é inquestionável.
Benson, que assumiu o legado dos Saints e Pelicans após a morte de seu marido, tem a intenção de vender as franquias, direcionando os lucros a causas locais. Portanto, ainda é prematuro descartar o potencial de Nova Orleans como palco do Super Bowl no futuro. O Superdome já enfrentou adversidades, incluindo o furacão Katrina, e tem se mantido firme frente à concorrência de novos estádios emergentes.
Jay Cicero, CEO da Greater New Orleans Sports Foundation, enfatiza: “Os Saints e o Superdome são essenciais para o orgulho e a identidade da nossa comunidade.” Após mais de 30 anos no setor, ele revela sua certeza sobre a permanência dos Saints em Nova Orleans.

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