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Starmer desafia Xi sobre direitos humanos e gera tensão no G20 no Brasil
O encontro entre Starmer e Xi ilustra os obstáculos que o primeiro-ministro enfrenta para melhorar relações com a China após anos de frieza governamental.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, não hesitou em levantar preocupações cruciais sobre direitos humanos e Taiwan durante seu primeiro encontro com o presidente Xi Jinping. O resultado? Um pedido abrupto dos oficiais chineses para que a imprensa se retirasse da sala.
“É encorajador que meu secretário de Relações Exteriores e o Ministro das Relações Exteriores Wang tenham se encontrado recentemente para discutir temas sensíveis, incluindo direitos humanos, sanções parlamentares, Taiwan, o Mar do Sul da China e nosso interesse mútuo em Hong Kong”, afirmou Starmer a Xi em sua reunião de segunda-feira (18) no Rio de Janeiro, onde líderes globais se reúnem na cúpula do G20.
O primeiro-ministro expressou preocupação: “Estamos alarmados com os relatos sobre a deterioração da saúde de Jimmy Lai”, referindo-se ao ex-magnata da mídia de Hong Kong, defensor da democracia e agora enfrentando acusações de sedição e conluio sob uma polêmica lei de segurança imposta por Pequim. Seu julgamento será retomado na quarta-feira, e ele se apresentará como testemunha pela primeira vez.
Esse encontro, repleto de constrangimento, evidencia o imenso desafio que Starmer enfrenta ao tentar reaquecer as relações com Pequim, após um longo período de frieza sob a administração anterior dos Conservadores em Londres.
Os temas de direitos humanos e Taiwan são extremamente sensíveis para a China, figurando entre as quatro “linhas vermelhas” que Xi delineou durante sua reunião no último sábado com o presidente dos EUA, Joe Biden. As outras preocupações incluem a contenção do crescimento econômico da China e a manutenção da supremacia do Partido Comunista.
A China considera Taiwan parte de seu território e não hesita em ameaçar a ilha com uma ação militar, se necessário.
O relato oficial da China sobre a reunião omitiu qualquer menção a Taiwan ou direitos humanos, limitando-se a afirmar que Xi buscava fortalecer a cooperação em comércio, investimento e finanças com o Reino Unido. Em suas aparições nas cúpulas da APEC e do G-20, o líder chinês procura solidificar laços com aliados dos EUA e parceiros de segurança antes da presidência de Donald Trump, que prometeu tarifas de 60% sobre a economia chinesa.
Mesmo diante de valores e sistemas sociais distintos, Xi reiterou a Starmer que “devem observar o desenvolvimento uma da outra de maneira racional e objetiva”, conforme declarado em um comunicado pelo Ministério das Relações Exteriores da China.
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