O Serviço Postal dos EUA (USPS) anunciou que a partir de 5 de fevereiro, aceitará “todas as correspondências e pacotes internacionais recebidos” dos Correios da China e de Hong Kong. Essa decisão reverte um comunicado confuso feito horas antes, que pretendia suspender alguns envios internacionais.
Segundo o USPS, a agência está em colaboração com a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA para minimizar as interrupções na entrega durante a implementação de um “mecanismo de coleta eficiente” relacionado às novas tarifas sobre produtos da China. Essa reavaliação ocorre após apenas 12 horas de incerteza no mercado.
Na noite de terça-feira, o USPS anunciou uma pausa na realização de envios de pacotes da China e de Hong Kong, o que imediatamente gerou preocupação de que essa medida pudesse agravar tensões já existentes na guerra comercial, impactando negativamente ações de gigantes do e-commerce como Alibaba Group e JD.
Esse desdobramento segue a revogação pelo presidente Donald Trump da regra de “de minimis”, que antes permitia a entrada isenta de impostos de pacotes de até $800. Essa isenção, utilizada por diversas empresas de e-commerce ligadas à China, foi substituída por uma nova tarifa de 10% sobre produtos oriundos de lá, que passou a vigorar logo após a meia-noite de terça-feira, no horário de Washington.
Chelsey Tam, analista sênior de ações da Morningstar, ressaltou que a revogação do de minimis representa um “desafio significativo” para o USPS em relação às novas regras tarifárias. “Em 2024, havia 4 milhões de pacotes de minimis por dia, e é desafiador verificar cada um desses envios,” afirmou ela.
A administração de Washington está enfrentando uma lacuna que permite que varejistas como Temu e Shein se expandam nos EUA, enviando altas quantidades de pequenos pacotes e conquistando uma vantagem competitiva em relação a concorrentes como Amazon. Críticos apontam que a quantidade massiva de pacotes da China é difícil de rastrear e pode conter produtos ilegais ou perigosos.
Até o momento, não está claro se algum pacote foi de fato bloqueado devido à pausa anunciada. O USPS declarou que cartas e correspondências planas da China e de Hong Kong não seriam afetadas.

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