O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, estão com agenda marcada para esta semana na Suíça para um encontro vital com representantes da China, incluindo o vice-primeiro-ministro He Lifeng. Este evento marca o início de uma nova fase nas negociações comerciais entre essas duas potências globais.
A viagem foi anunciada em comunicados oficiais dos governos chinês e dos EUA nesta terça-feira (6). Este será o primeiro diálogo comercial formal entre os países desde que Donald Trump impôs tarifas massivas, englobando pesadas taxas sobre produtos chineses.
As expectativas estão elevadas entre os investidores, que esperam que essas conversas possam levar à redução das tarifas que têm o potencial de obstruir o comércio entre as duas maiores economias do mundo. Sob o governo Trump, tarifas de até 145% foram aplicadas sobre inúmeras importações chinesas, ao passo que Pequim respondeu com uma retaliação de 125% sobre bens americanos.
Tais medidas abalaram os mercados financeiros e levantaram preocupações sobre um aumento nos preços de equipamentos de manufatura e produtos de consumo essenciais, como roupas e brinquedos, impactando diretamente a vida dos americanos.
Nos últimos dias, Trump manifestou uma disposição para considerar a redução das tarifas sobre produtos chineses a qualquer momento. Contudo, destoa de seus comentários ao afirmar que os EUA “não estão perdendo nada” ao não negociar com Pequim. Ele ainda expressou a ideia de que navios chineses estão se retirando do Oceano Pacífico. O presidente argumentou que os consumidores americanos podem estar dispostos a lidar com preços mais altos e menos opções, desde que isso reequilibre a relação comercial com a China.
“Meninas não precisam ‘ter 30 bonecas’”, disse Trump em uma aparição no programa “Meet the Press” da NBC. “Três ou quatro bonecas são suficientes, pois a abordagem anterior em relação à China era simplesmente inaceitável.”
A China, por sua vez, emitiu um sinal positivo na sexta-feira (2) ao indicar que estava considerando a possibilidade de retomar as conversas comerciais com os EUA.
Mais cedo nesta terça-feira (6), Bessent deixou claro que, apesar dos esforços dos EUA para firmar acordos comerciais com outros parceiros, as negociações com a China ainda não estavam em andamento. “Com a China, ainda não nos engajamos em negociações”, afirmou ele durante um depoimento no Capitólio.
O respeitado investidor bilionário Paul Tudor Jones também previu nesta terça que Trump poderia optar por reduzir as tarifas sobre a China pela metade, embora tenha advertido que isso pode não ser suficiente para evitar uma queda nos mercados.
“Você tem Trump focado em tarifas; enquanto isso, o Fed está mais preocupado em não cortar taxas”, destacou Jones, fundador do hedge fund Tudor Investment, durante uma entrevista para a CNBC.
Bessent e Greer também estão programados para se reunir com a presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter, segundo informações do Departamento do Tesouro e do USTR.

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