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Retorno de Investidores Estrangeiros: Realidade ou Ilusão?

Após um período turbulento, investidores estrangeiros reagem e buscam ativos brasileiros, mas as incertezas fiscais ainda pairam no horizonte.

moeda americana
<p>(Imagem: Vladislav Reshetnyak/Pexels)</p>

Depois de um forte movimento de venda impulsionado pelas incertezas fiscais do governo, gestores de fundos começam a retomar investimentos nos ativos brasileiros. Atraídos por títulos corporativos em dólar de empresas de renome, como Raízen (RAIZ4) e Usiminas (USIM5), eles veem uma oportunidade no cenário atual.

Os ativos em dólar estão se destacando, com um retorno de 2,2% em 2025, sendo praticamente o dobro da média dos títulos similares em mercados emergentes. Essa recuperação se dá em um contexto mais favorável, com o presidente dos EUA, Donald Trump, desviando a atenção para outras economias emergentes. Isso fez com que o real se valorizasse quase 8% neste ano, fazendo-o brilhar entre as principais moedas globais, conforme dados da Bloomberg. O impacto disso foi perceptível no mercado de ações, que registrou um rali de 13% em dólar.

Alívio após turbulência

Esse cenário contrasta com a situação no final de 2024, quando a incerteza sobre o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a austeridade fiscal fez afundar os mercados financeiros brasileiros. A desvalorização do real alcançou níveis alarmantes, afetando ações e títulos. Sergey Dergachev, da Union Investment Privatfonds GmbH, aponta que, apesar das preocupações, o Brasil está menos em foco na agenda de Trump, resultando em riscos comerciais reduzidos que favoreceriam os títulos corporativos.

No entanto, investidores ainda devem ficar atentos ao impacto das altas taxas de juros, que devem chegar a 15%, o maior nível em quase duas décadas. Mauro Favini, da Vanguard, enfatiza que é essencial focar em empresas com flexibilidade financeira – as que têm gestão experiente, como Raízen e Usiminas.

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Juros altos e desafios fiscais

O Banco Central está preocupado com a inflação persisitente acima da meta de 3%, o que exige uma postura monetária mais rigorosa. Favini ressalta que, apesar das oportunidades nos títulos corporativos, é imprescindível estar ciente das implicações das elevadas taxas de juros e da possível desaceleração econômica.

Os investidores internacionais ainda têm preferência pelos títulos em dólar, dado que o mercado brasileiro de dívida é amplamente dominado por capitais locais. Os riscos cambiais e as complexidades das leis de falência afastam investidores do mercado interno.

Melhor relação risco-retorno

A relação risco-retorno para investir no Brasil tem sido favorecida, conforme Dimitry Griko, da Arkaim Advisors. Ele frisa que sua gestora está focada em empresas menos vulneráveis à desvalorização cambial e à demanda interna, priorizando aquelas com receitas ligadas ao dólar. O fundo Arkaim Emerging Markets Corporate High Yield Debt se destacou, superando 99% de seus concorrentes nos últimos anos.

A dinâmica das políticas comerciais de Trump também cria divisões entre economias emergentes, colocando em maior vulnerabilidade países dependentes de exportações. Em janeiro de 2025, as exportações do Brasil para os EUA representaram 12,8% do total, enquanto para a China foram 21,7%, segundo o Ministério do Comércio Exterior.

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Jennifer Gorgoll, da Neuberger Berman, aponta que as empresas brasileiras estão se globalizando, reduzindo o impacto de tarifas americanas. Frigoríficos, por exemplo, já possuem operações robustas nos EUA, garantindo alguma proteção contra restrições. No entanto, a incerteza sobre a postura fiscal de Lula continua a ser uma preocupação.

Preocupações fiscais continuam

Apesar das recentes melhorias, o ceticismo persiste sobre a adesão de Lula ao controle dos gastos públicos, com o Brasil terminando 2024 com um déficit nominal de R$ 998 bilhões, cerca de 8,45% do PIB. Guido Chamorro, da Pictet Asset Management Ltd., acredita que os títulos brasileiros podem representar um bom valor em comparação com outros mercados, mas a situação fiscal permanece central para a recuperação confiável.

“Aguarda-se um alívio fiscal, que foi precificado em janeiro, mas a situação fiscal segue preocupante”, conclui Chamorro.

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