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Republicanos escolhem John Thune como novo líder no Senado; disputa acirrada com Musk
Thune assume liderança em momento crítico para o GOP, com desafios à vista e interesses conflitantes.
O senador John Thune, do Dakota do Sul, um veteraníssimo da política, foi eleito como o novo líder da maioria republicana no Senado, o que pode criar tensões com o presidente eleito Donald Trump sobre questões sensíveis, como tarifas e apoio à Ucrânia.
Thune, de 63 anos, conquistou a vitória em uma votação secreta que o colocou à frente do candidato de Elon Musk, Rick Scott, e do aliado de Mitch McConnell, John Cornyn, na quarta-feira. McConnell, que se despede após 18 anos de liderança, foi uma das figuras mais influentes do partido.
Em sua nova posição, Thune busca refletir sobre seu relacionamento com Trump, que foi tumultuado após os eventos de 6 de janeiro de 2021. Recentemente, o senador se mostrou receptivo à proposta de Trump para que o próximo líder republicano apoie suas ações para realizar nomeações durante o recesso, uma manobra estratégica para evitar obstáculos nas confirmações no Senado.
Embora Trump não tenha endossado publicamente um candidato na disputa pela liderança, o GOP poderá assumir a maioria no Senado em 3 de janeiro, quando novos senadores tomarão posse.
Em agosto, Thune expressou preocupação sobre as tarifas globais propostas por Trump, considerando-as uma receita para inflação e reafirmando seu histórico apoio a acordos de livre comércio que beneficiam a agricultura de seu estado. Essa questão poderá se tornar um grande ponto de discórdia entre Trump e os republicanos mais moderados que dominam a Conferência Republicana no Senado.
O Congresso conferiu amplos poderes ao presidente para modificar tarifas, portanto, a implementação das tarifas de Trump pode não requerer a aprovação do Congresso, mas uma disputa aberta entre Trump e Thune logo no início da nova administração pode gerar fissuras definitivas no partido em um momento delicado.
Thune também manifestou apoio à assistência à Ucrânia, se alinhando a McConnell contra a posição do vice-presidente eleito, JD Vance. Apesar de ter votado para absolver Trump em seu segundo impeachment, Thune declarou as tentativas do ex-presidente de obstruir a transição pacífica de poder quase quatro anos atrás como “inaceitáveis”.
Reconhecido por sua habilidade em dialogar com diferentes correntes políticas e pela construção de boas relações no meio empresarial, Thune já serve no Senado há 20 anos, tendo superado o então líder democrata Tom Daschle em 2004.
Desde 2019, Thune é o número 2 dos republicanos no Senado e presidiu o Comitê de Comércio, onde tratou de questões que vão desde a regulamentação das redes sociais até telecomunicações. Ele também é um membro proeminente do Comitê de Finanças, com papel na elaboração de leis fiscais e promovendo mandatos federais para etanol e biodiesel.
Como novo líder da maioria, Thune é o principal patrocinador de iniciativas que buscam revogar o imposto sobre heranças, argumentando que a atual isenção de US$ 27,2 milhões por casal é insuficiente, mesmo que poucos americanos deixem heranças que alcancem esse patamar.
A isenção do imposto será reduzida pela metade em 2026, a menos que o Congresso intervenha para ajustar ou expandir a lei tributária de Trump de 2017. A erradicação do imposto sobre heranças é uma luta antiga de influentes doadores republicanos.
Antes de sua carreira no Congresso, Thune foi o principal oficial ferroviário do Dakota do Sul. Em 2023, ele se opôs a uma proposta apoiada por Trump, Vance, Joe Biden e o senador Sherrod Brown, para aumentar os regulamentos de segurança das ferrovias após o desastre em East Palestine, Ohio, alegando que as propostas eram excessivamente abrangentes.
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