Um relatório recente esclarece a trágica queda do jato da Air India em 12 de junho, que ocorreu logo após a decolagem. Segundo investigações preliminares, o desastre foi precipitado pelo corte abrupto de combustível em ambos os motores, resultando na incapacidade dos pilotos de recuperar a potência a tempo. A tragédia resultou na morte de 241 pessoas a bordo do Boeing 787 Dreamliner e de 19 indivíduos em solo, quando a aeronave despencou em uma área densamente povoada de Ahmedabad, na Índia.
A análise dos segundos finais fatídicos revela que os interruptores de combustível foram rapidamente movidos para a posição de corte logo após a decolagem, embora o motivo para essa ação permaneça obscuro. Uma conversa entre os pilotos antes do acidente indica confusão, com um questionando o outro sobre o corte do combustível, que foi negado. A gravação da cabine mostra que, em um breve momento após o desligamento, os interruptores foram reposicionados para a operação normal. Contudo, apenas um motor funcionou adequadamente.
Antes do impacto, um dos pilotos emitiu um chamado de emergência “mayday” em um momento que vazou entre a decolagem e a queda, que durou apenas 30 segundos. Jeff Guzzetti, ex-chefe da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA), comentou que a certeza de que ambos os motores falharam devido ao corte de combustível é impactante, mas a razão permanece desconhecida.
Embora o relatório seja preliminar, a gravidade do ocorrido é evidente. Questões ainda permanecem quanto a quem acionou os interruptores que resultaram na falta de combustível. Até o presente momento, não foram identificadas evidências que demandassem ações contra a aeronave da Boeing ou seus motores GE Aerospace, de acordo com o Escritório de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (AAIB).
Um boletim de 2018 da FAA já tinha sinalizado riscos relacionados aos interruptores de controle de combustível, sugerindo que poderiam ser movidos sem a devida segurança. Curiosamente, o jato da Air India não passou por inspeções a respeito dessa possível falha, uma situação que levanta alertas significativos.
A investigação prossegue com a análise de dados adicionais, registros e informações relevantes. O relatório completo, que almeja apontar as causas do acidente, poderá levar meses até ser finalizado. Além disso, os antecedentes dos pilotos, Capitão Sumeet Sabharwal e Primeiro Oficial Clive Kunder, estão sendo avaliados como parte do protocolo investigativo.
Especialistas da área, como o engenheiro aeroespacial Bjorn Fehrm, criticaram a aparente demora em restaurar o combustível, considerando incomum o intervalo de 10 segundos entre o corte e a tentativa de reativação. Essa análise veio à tona em uma entrevista, destacando a necessidade de respostas rápidas em situações críticas.
Por sua vez, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) dos EUA delegou questões às autoridades indianas, e a Air India não se pronunciou de imediato sobre os desenvolvimentos. O relatório foi fundamentado na extração de dados do gravador de voz da cabine e do gravador digital de dados de voo, em um evento que marca uma das piores tragédias aéreas da última década, ocorrendo em um momento delicado para a companhia aérea, que está em reestruturação sob o Grupo Tata.
Este acidente marcou a primeira perda total de um Boeing 787, que tinha Londres como destino. O silêncio de Boeing após a catástrofe também se destaca, em um momento em que a empresa tenta desassociar sua imagem de tragédias previamente ocorridas.

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