No mais recente movimento diplomático, o Reino Unido e as Ilhas Maurício selaram um acordo que define a soberania sobre um arquipélago crucial no Oceano Índico. Isso inclui o controle da base militar estratégica que se tornou uma questão polêmica para o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
Segundo informações divulgadas na coletiva de imprensa desta quinta-feira (22), o Reino Unido compromete-se a pagar a Maurício £ 101 milhões, o que equivale a aproximadamente R$ 760 milhões, anualmente. Este pagamento é considerado um investimento significativo, com um valor presente líquido de £ 3,4 bilhões, de acordo com as diretrizes financeiras do governo sobre investimentos de longo prazo.
A conclusão desse acordo representa um marco importante na política externa de Starmer, pois resolve a incerteza acerca do destino da base militar de Diego Garcia. Esta instalação não é apenas uma base britânico-americana, mas um ponto estratégico que garante acesso rápido a diversas regiões, incluindo a África Oriental, o Indo-Pacífico, o Mar do Sul da China e o Golfo Pérsico. A base tem sido fundamental durante intervenções militares americanas no Oriente Médio e no Afeganistão e abriga um sistema crítico de comunicação por satélite.
A continuidade do controle britânico e americano sobre Diego Garcia estava em xeque devido à decisão do Reino Unido de transferir o controle das Ilhas Chagos para Maurício, conforme a recomendação da Corte Internacional de Justiça em 2019, que considerou ilegal a administração das ilhas pelo Reino Unido. O fortalecimento das relações entre Maurício e a China, uma nação que suscita apreensão nos Estados Unidos, adiciona uma camada de complexidade a esse acordo.
No entanto, o acordo suscita controvérsias, principalmente no que diz respeito aos altos valores financeiros envolvidos. O Partido Conservador e o Reform de Nigel Farage criticaram veementemente Starmer, com Farage o acusando de “rendição”.
Este acordo, que encerra meses de negociações após queixas do novo governo mauriciano liderado pelo primeiro-ministro Navinchandra Ramgoolam sobre um acordo prévio, é um passo decisivo nas relações entre os dois países.
A diplomacia envolvendo as Ilhas Chagos continua a ser uma questão delicada, especialmente considerando questionamentos anteriores sobre o apoio do presidente americano Donald Trump. No entanto, essa incerteza foi dissipado quando Trump mostrou disposição em avançar com o acordo durante uma reunião com Starmer na Casa Branca este ano.

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