O Real Madrid, um dos gigantes do futebol europeu com 15 conquistas da Liga dos Campeões, está em busca de uma transformação significativa que visa transferir a propriedade do clube aos seus sócios-torcedores, permitindo também a entrada de investidores externos.
Durante a assembleia geral realizada no último domingo (24), o presidente Florentino Pérez destacou que, com a nova proposta, os sócios-torcedores se tornariam “os verdadeiros donos do clube”. Embora os detalhes ainda estejam em discussão, a iniciativa promete mobilizar a vasta base de 100 mil torcedores. “Estamos falando de um patrimônio que pode ultrapassar € 10 bilhões (R$ 60 bilhões)”, afirmou Pérez, revelando que a proposta será levada à votação dos sócios.
No modelo atual, o Real Madrid opera como um clube sem fins lucrativos, composto por centenas de torcedores pagantes, o que limita a participação de investidores privados, pois os torcedores não possuem ações do clube. Essa estrutura peculiar é rara entre os principais clubes europeus, embora seja também seguida pelo Barcelona, o arquirrival do Madrid.
Florentino Pérez, que tem liderado o clube desde 2009 e já havia presidido anteriormente entre 2000 e 2006, levou o Real Madrid a se consolidar como o clube mais bem-sucedido da Europa em termos de títulos. No entanto, sua gestão não foi isenta de controvérsias, já que Pérez enfrentou desavenças com outros dirigentes da indústria esportiva na Espanha e além, sobre as melhores práticas de gestão esportiva.
Projetos controversos
Florentino Pérez, empresário renomado no setor de construção, foi um dos arquitetos de uma proposta ambiciosa, mas fracassada, em 2021 para criar um torneio europeu que ficasse fora do controle da UEFA. Apesar da desistência de muitos clubes, ele defende a ideia como fundamental para otimizar a geração e distribuição de receitas entre os clubes.
Atualmente, apenas quatro clubes na primeira divisão da Espanha têm essa estrutura de sócios-torcedores: Real Madrid, Barcelona, Athletic Club de Bilbao e Osasuna. Em 2021, esses clubes resistiram a um acordo da liga que envolvia a venda de direitos de transmissão para a empresa de private equity CVC Partners.
Diferente de muitos dos grandes clubes europeus, que têm proprietários investidores, o Real Madrid se mantém em uma estrutura peculiar. Na Alemanha, por exemplo, existe um modelo híbrido que oferece aos torcedores a maioria das ações, enquanto investidores têm participação minoritária.
Sustentabilidade financeira
Por não ser um investidor, Pérez não injetou recursos próprios no clube, sendo diferente de muitos dirigentes europeus que precisam assumir custos financeiros pessoais. Ele é eleito pelos sócios e o clube deve se sustentar com suas próprias receitas.
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