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Putin inicia visita à Coreia do Norte e Vietnã em meio à crise na Ucrânia

Putin reativa suas relações com Kim Jong Un em visita histórica enquanto a guerra na Ucrânia se intensifica.

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Vladimir Putin e Kim Jong Un em Rússia 13/9/2023 Sputnik/Mikhail Metzel/Kremlin via REUTERS

O presidente russo Vladimir Putin está prestes a embarcar em uma viagem significativa à Coreia do Norte e ao Vietnã, em meio a crescentes desafios na sua campanha militar contra a Ucrânia.

De acordo com o Kremlin, Putin fará sua primeira parada na Coreia do Norte entre os dias 18 e 19 de junho, seguido por uma visita ao Vietnã de 19 a 20 de junho. Esta é a primeira visita de Putin a Pyongyang desde o ano 2000.

A visita acontece em um contexto crítico, onde Kim Jong Un é acusado de fornecer mísseis e milhões de munições para apoiar os esforços bélicos de Putin na Ucrânia. Enquanto Kiev está recebendo um influxo de bilhões de dólares em armamentos de aliados ocidentais, a Rússia vê seu espaço de manobra cada vez mais limitado.

A Coreia do Norte detém um dos maiores arsenais de artilharia, compatíveis com os sistemas soviéticos de combate que estão sendo usados na linha de frente da Ucrânia. Evidências de satélite sugerem que as transferências de armamentos se intensificaram após a visita de Kim a fábricas de armamento russas em setembro. Tanto Moscou quanto Pyongyang têm negado essas transferências apesar das comprovadas evidências.

Rachel Minyoung Lee, pesquisadora sênior do Programa 38 Norte no Stimson Center, afirma que “Kim e Putin vão retomar as discussões onde pararam em setembro de 2023 e estão determinados a fortalecer ainda mais a colaboração bilateral em várias áreas.” Lee destaca que este fortalecimento pode incluir a atualização de um tratado de 2000, com um foco maior nas questões de cooperação militar e de segurança.

“Enquanto a guerra na Ucrânia persistir, as relações entre a Coreia do Norte e a Rússia continuarão a se solidificar. Contudo, o futuro desta relação após o conflito é incerto,” adverte Lee, que tem ampla experiência como analista da CIA.

Nos últimos meses, o exército russo tem tido poucos avanços significativos contra as forças ucranianas, que agora estão mais bem armadas. Paralelamente, Kim Jong Un tem realizado testes com novos foguetes de artilharia e sistemas de mísseis balísticos, uma demonstração que o ministro da Defesa sul-coreano, Shin Wonsik, acredita que visa impressionar Putin sobre o potencial bélico da Coreia do Norte.

Em troca do suporte militar de Pyongyang, que inclui cerca de 5 milhões de projéteis de artilharia, a Rússia tem fornecido tecnologia militar e suporte para os planos de satélites espiões da Coreia do Norte, além de armamentos convencionais, tanques e aeronaves, conforme informado por Shin à Bloomberg News. Essa movimentação pode elevar ainda mais a ameaça representada por Pyongyang na região.

A visita ao Vietnã, por sua vez, deve apresentar menos riscos. A última visita de Putin a este país aconteceu em 2017, durante a Cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, em Danang. O vínculo histórico entre o Vietnã e a Rússia remonta à época da União Soviética, quando Moscou se destacou como um fornecedor fundamental de apoio militar durante a guerra do Vietnã.

Atualmente, o Vietnã depende da Rússia para armamentos, incluindo aeronaves e submarinos da classe Kilo, e as relações entre os dois países permanecem positivas, com a Rússia sendo um dos principais investidores no setor energético vietnamita. A joint venture Vietsovpetro, uma colaboração entre o Vietnã e a Rússia, opera um dos maiores campos petrolíferos do sudeste asiático, em Bach Ho, há quase quatro décadas.

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