O governo Trump intensifica a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro, preparando o terreno para novas ordens que forcem diversas empresas a interromper suas operações na Venezuela. Recentemente, foi imposto à Chevron o encerramento imediato de suas atividades no país, e outras empresas já estão na mira.
Fontes revelam que a produtora de petróleo francesa Maurel & Prom e a companhia de asfalto do magnata Harry Sargeant deverão suspender suas operações em um prazo de 30 dias, assim que os EUA revogarem suas isenções que atualmente permitem a operação no país sem infringir as sanções. O Departamento do Tesouro dos EUA pode dar início a esse processo já nesta sexta-feira (7).
Essa medida representa um duro golpe para a já debilitada economia da Venezuela, aumentando a pressão sobre Maduro em um contexto onde Trump busca reformas democráticas e a aceitação de mais migrantes nos EUA. A Chevron, notificada anteriormente, foi instruída a desmobilizar suas atividades até 3 de abril, um prazo significativamente mais curto que os habituais seis meses.
A economia venezuelana, amplamente dependente do petróleo, tem na Chevron e em outras empresas autorizadas por Washington elementos essenciais para seu crescimento. A estatal de petróleo da Venezuela, por sua vez, enfrenta um colapso devido a anos de subinvestimentos.
Apesar da estratégia do governo Trump estar em evolução, com conselheiros e funcionários apresentando visões diversas sobre o futuro da Venezuela, o presidente pode reconsiderar sua posição e permitir que empresas de petróleo mantenham suas operações.
Outras companhias estrangeiras, como a espanhola Repsol e a italiana Eni, também aguardam notícias a respeito das isenções e o impacto das novas sanções sobre suas atividades.
Um estudo da consultoria Ecoanalítica em Caracas estima que as operações conjuntas entre Chevron e a PDVSA respondem por cerca de 25% da receita total do governo Maduro em 2023 e 2024. A ausência da Chevron pode levar a uma contração de até 7,5% na economia deste ano, alerta o Observatório Financeiro, um grupo de pesquisa vinculado à oposição.
Em janeiro, um conselheiro de Trump, Rick Grenell, se reuniu com Maduro para reiniciar diálogos diretos, resultando na liberação de seis prisioneiros americanos e a reabertura dos voos de deportação. Desde então, 166 migrantes venezuelanos foram repatriados, com o último voo chegando a Caracas em 20 de fevereiro.
Maduro, em resposta à ordem para que a Chevron encerre suas operações, minimizou os efeitos e declarou que “a produção não cairá nem um litro ou barril”.

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