A prata está à beira de alcançar seu maior valor em quase 14 anos nesta segunda-feira (14), impulsionada pela busca de investidores por alternativas ao.
ouro, que se aproxima de máximas históricas. A dificuldade de acesso à prata física está intensificando sua valorização, refletindo uma verdadeira corrida ao metal.
O preço à vista da prata subiu até 1,9%, ultrapassando US$ 39 por onça, após uma impressionante valorização de 4% na semana passada. Para se ter uma ideia, o custo anualizado implícito para empréstimo do metal por um mês disparou para mais de 6%, bastante acima da taxa típica que gira em torno de zero.
Esse aumento na demanda tem pressionado de forma considerável o mercado físico, notadamente em Londres, onde a maior parte da prata está atrelada a fundos de índice (ETFs), tornando-a escassa para empréstimo ou comercialização. Desde fevereiro, o volume de prata nos ETFs cresceu cerca de 2.570 toneladas, de acordo com dados da Bloomberg.
Em uma comparação direta, a prata superou o desempenho do ouro, resultando em uma diminuição na razão entre os dois metais ao longo dos últimos meses. No entanto, é importante destacar que, historicamente, a prata ainda é considerada barata: atualmente, são necessárias cerca de 86 onças de prata para adquirir uma onça de ouro, em comparação à média de 80 nos últimos dez anos.
“A crescente demanda por prata é impulsionada pelo temor de guerras comerciais e pelo fato de que o ouro está se tornando inacessível para muitos investidores”, afirmou Priyanka Sachdeva, analista da Phillip Nova Pte Ltd. “O ouro já teve uma valorização significativa e agora se tornou caro, o que torna a prata uma alternativa financeiramente mais viável”, complementou.
Outra variável crítica que sustenta os preços é a incerteza relacionada à política comercial dos EUA. O México, o maior produtor de prata e um fornecedor chave para os EUA, está sob a ameaça de tarifas de 30%. Apesar do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) isentar a prata de novas tarifas, operadoras estão apreensivas quanto a possíveis revisões dessa isenção.
Além disso, a diferença entre os contratos à vista em Londres e os futuros para setembro em Nova York se mantém amplamente desfavorável. Isso ecoa uma situação similar ao início do ano, quando preocupações sobre políticas agressivas do governo Trump resultaram em um aumento nas remessas de ouro e prata de Londres para os EUA, elevando os preços. Esta diferença de preços apresentou uma diminuição nesta segunda-feira.
Até agora, a prata acumula uma alta impressionante de 35% no ano, superando os 28% de valorização do ouro. Além de ser um importante ativo de proteção, a prata também tem um considerável uso industrial, especialmente na fabricação de painéis solares. O mercado está a caminho do quinto ano consecutivo de déficit, conforme relatado pelo The Silver Institute.
Às 9h24 desta segunda, a prata estava sendo negociada a US$ 38,46 por onça, mantendo-se estável após um pico de 1,9% mais cedo.
Enquanto isso, o ouro apresentava um leve recuo de 0,2%, a US$ 3.347,81, após uma alta de 0,6% na semana passada. Os preços do metal precioso continuam sendo sustentados pela demanda como um porto seguro em meio a conflitos geopolíticos e tensões comerciais, além das compras consistentes de bancos centrais.
Por outro lado, o platina e o paládio apresentaram quedas nesta segunda, enquanto o índice Bloomberg Dollar Spot avançava 0,1%.

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