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Pimco aposta em renda fixa dos EUA como a grande aposta de 2024
Pimco revela que renda fixa americana pode ser a melhor opção para investidores em 2024.
A renomada gestora de ativos Pimco (Pacific Investment Management) está redefinindo suas perspectivas para 2024, após um ano em que muitas expectativas foram frustradas.
Os gestores da Pimco, Erin Browne, Geraldine Sundstrom e Emmanuel Sharef, afirmam que os títulos de renda fixa dos EUA nunca foram tão atraentes em comparação às ações, prevendo um verdadeiro “prime time” para essa classe de ativos no próximo ano.
Com um aumento na confiança, a Pimco se junta a uma legião de investidores que estão elevando suas apostas em bonds americanos, mesmo diante da perspectiva de uma histórica terceira perda anual consecutiva dos títulos do Tesouro (Treasuries).
Segundo um levantamento realizado pelo Bank of America (BofA), gestores de fundos estão demonstrando um otimismo sem precedentes em relação ao mercado de títulos, impulsionados pela convicção de que as taxas de juros terão tendência de queda em 2024.
Este ano se revelou confuso para muitos investidores, com o rendimento do Tesouro de 10 anos saindo de aproximadamente 3,87% para mais de 5%, antes de voltar a casa dos 4,5%.
A oscilação das taxas de juros, que teve sete aumentos pelo Federal Reserve (Fed) em 2022, fez com que muitos prevêissem uma recessão que forçaria o Fed a cortar as taxas, mas em vez disso, houve mais quatro aumentos e o presidente Jerome Powell não descartou novas altas se a inflação permanecer elevada.
Desafiando expectativas
A Pimco, que administra impressionantes US$ 1,74 trilhão, fez previsões otimistas em janeiro, acreditando que “os títulos estão de volta”, à medida que se acreditava que uma recessão seria iminente.
No entanto, o mercado de trabalho provou ser resiliente, mesmo após as falências de bancos regionais em março, e a inflação continua acima da meta de 2% do Fed. Neste cenário, o índice Bloomberg Treasury caiu 1,2% em 2023, após uma queda de 12,5% no ano anterior e 2,3% em 2021.
As projeções da Pimco para 2024 indicam uma chance de 50% de recessão nos EUA, com expectativas de queda da inflação.
No dia 14, o CPI revelou uma desaceleração nos preços em outubro, provocando uma recuperação tanto nas ações quanto nos preços dos títulos. Muitos traders de taxas de juros estão apostando que o ciclo de aperto do Fed chegou ao fim e que cortes nas taxas serão iminentes a partir de meados de 2024.
A Pimco assinala que, historicamente, os títulos do Tesouro dos EUA proporcionam retornos ajustados ao risco muito atrativos em períodos de pico de crescimento e inflação, enquanto as ações têm se mostrado mais problemáticas.
A análise da gestora considera os rendimentos atuais e os múltiplos de rendimento das ações. Desde 1976, níveis elevados de rendimento em títulos de alta qualidade têm estado correlacionados a retornos anuais entre 5% e 7,5% em um período de cinco anos, enquanto avaliações de ações do S&P 500 têm indicado um desempenho inferior no longo prazo.
“A história sugere que as ações provavelmente não permanecerão tão altas em relação aos títulos”, afirmam os gestores, acrescentando que este é o momento ideal para considerar uma alocação overweight em renda fixa. Os fundamentos do mercado de ações justificam uma postura cautelosa e neutra.
O levantamento do BofA mostra que, pela primeira vez desde abril de 2022, os gestores de fundos estão se posicionando overweight em ações, enquanto aumentam suas posições em renda fixa para o nível mais elevado desde 2009.
Michael Hartnett, do Bank of America, aponta que o “manual do investidor para 2024” envolve um pouso suave, taxas mais baixas e um dólar em queda.
Além disso, a Pimco acredita que ações e títulos “retomem sua relação típica” em 2024, onde os títulos sobem enquanto as ações caem e vice-versa. Essa dinâmica é fundamental para estratégias de múltiplos ativos, como as carteiras 60/40, que enfrentaram perdas significativas em 2022 e durante boa parte deste ano.
Perspectivas para o futuro
A renda fixa de longo prazo se mostra particularmente atrativa na América do Norte, Europa e Austrália, embora no Japão, a situação continua sendo desafiadora devido a políticas monetárias rígidas em meio ao aumento da inflação.
No contexto das ações dos EUA, excetuadas as sete grandes empresas de tecnologia (big techs), surgem oportunidades valiosas de geração de alfa por meio de uma gestão ativa.
Os spreads de crédito corporativo são menos atraentes comparados aos spreads de ativos garantidos por hipotecas e securitizados, como dívidas garantidas e hipotecárias.
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