A Petrobras (PETR3;PETR4) está avaliando uma possível volta ao varejo de combustíveis. Essa decisão surge após reclamações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como do CEO da empresa, sobre os preços elevados que os consumidores enfrentam nas bombas.
Quatro anos após se retirar do mercado, que agora é dominado pela Vibra Energia (VBBR3), o conselho de administração da Petrobras agendou uma reunião para esta semana com o intuito de discutir uma reestruturação do plano estratégico. Fontes que preferiram não ser identificadas, em conversa com a Bloomberg, afirmam que essa reavaliação pode incluir uma nova presença no varejo.
Ainda não está claro se a estratégia passaria pela renacionalização da Vibra ou por uma aquisição de participação na operadora de lojas de conveniência e distribuidores de combustíveis e outros derivados de petróleo.
Se aprovada, essa proposta para o plano estratégico 2026-2030 colocaria a Petrobras como uma empresa de energia diversificada e integrada, conforme informado por uma fonte próxima ao assunto.
O processo de privatização da Vibra teve início em 2017 durante o governo de Michel Temer e se encerrou em 2021 sob a gestão de Jair Bolsonaro, com Paulo Guedes à frente da economia.
A Petrobras se absteve de comentar o assunto por meio de sua assessoria de imprensa.
Recentemente, Lula levantou questões sobre como os cortes de preços no atacado adotados pela Petrobras para gasolina e diesel ainda não refletiram nas bombas. Ele responsabilizou os postos de gasolina e os impostos estaduais pelas divergências nos preços.
“É inaceitável que a Petrobras faça um grande corte no preço do diesel e isso não chegue ao consumidor”, declarou Lula no início deste mês, ao anunciar uma série de investimentos em refinarias. “Mesmo quando a Petrobras reduz os preços, muitos postos não acompanham as mudanças.”
Além disso, Lula mencionou que a privatização criou camadas excessivas no sistema de distribuição, resultando em preços mais altos para os consumidores.
“Hoje, a Petrobras libera um botijão de gás de 13 quilos por 37 reais, mas isso chega às mesas dos mais pobres ao custo de 140 reais”, destacou Lula em evento no começo de julho.
A retomada do controle estatal nos pontos de venda poderia proporcionar uma distribuição mais eficiente do combustível, segundo acrescentou.
A CEO da Petrobras, Magda Chambriard, também manifestou sua preocupação com o fato de que os postos de abastecimento não estão repassando as economias de custo no atacado para os consumidores.
Adicionalmente, a Procuradoria Geral da República do Brasil solicitou uma investigação a respeito de práticas anticoncorrenciais nos preços dos combustíveis, após coletar evidências de que distribuidores e varejistas não estão transferindo as reduções de preço do atacado.
A Vibra mantém um contrato de marketing para utilizar a marca Petrobras até meados de 2029. No entanto, no ano passado, a gigante do petróleo notificou a Vibra que não havia interesse em renovar a licença nos termos atuais.

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