As ações da Palantir Technologies registraram um impressionante aumento após a divulgação das previsões de receita para este ano, superando os índices esperados pelos analistas. O CEO Alex Karp destacou o que chamou de “crescimento orgânico indomado” na demanda por suas soluções em inteligência artificial.
De acordo com as projeções da empresa, as vendas devem atingir cerca de US$ 3,75 bilhões em 2025. Além disso, a expectativa é de um lucro operacional ajustado de aproximadamente US$ 1,56 bilhão, enquanto os analistas previam uma receita média de US$ 3,54 bilhões e um lucro operacional de US$ 1,37 bilhão.
A Palantir, que se consolidou como referência na área de segurança nacional e também na implementação de IA, viu suas ações saltarem 340% em 2024. O mercado está em festa, aguardando ansiosamente os resultados financeiros que mostram que tanto clientes comerciais quanto do governo passaram a integrar o uso de seu software de análise de dados.
No quarto trimestre, a receita cresceu 36%, alcançando US$ 827,5 milhões, muito acima da expectativa média de US$ 775,9 milhões, com um lucro ajustado de 14 centavos por ação, superando os 11 centavos previstos pelos analistas.
As ações dispararam até 27% logo após a abertura do mercado em Nova York na terça-feira, atingindo o novo recorde de US$ 106,76, marcando assim a maior alta intradia em um ano.
Parceria robusta com o governo dos EUA
Conforme a Palantir estreita sua relação com o Departamento de Defesa dos EUA, as vendas para o governo cresceram 45%, totalizando US$ 343 milhões. Na esfera comercial, a receita também subiu 64%, alcançando US$ 214 milhões no período encerrado em 31 de dezembro.
Durante uma teleconferência após o anúncio, o CTO da Palantir, Shyam Sankar, foi questionado sobre o impacto das tentativas do presidente Donald Trump de cortar o orçamento do governo federal.
“A verdadeira competição da Palantir é a falta de responsabilidade no governo”, afirmou Sankar. “O DOGE pode trazer meritocracia e transparência, fazendo o governo funcionar mais como o setor privado.”
As projeções indicam que as vendas comerciais nos EUA poderão crescer cerca de 54% até 2025, atingindo US$ 1,08 bilhão.
Em uma mensagem endereçada aos acionistas, Karp destacou que a Palantir está em “uma nova fase” e alertou contra a “complacência técnica” encontrada em algumas corporações americanas que não estão se adaptando às novas necessidades do país.
“A disrupção é fundamental”, disse Karp. “Ela revela o que não funciona. haverá altos e baixos nesse processo. Estamos no meio de uma revolução.”
Com sua tecnologia já aplicada em diversas frentes militares dos EUA e em uso por aliados na Ucrânia e Israel, a Palantir também conseguiu ampliar um contrato com o Exército dos EUA, que agora pode atingir até US$ 619 milhões até 2028, além de expandir sua atuação em IA com o Comando de Operações Especiais dos EUA.
No cenário do Vale do Silício, que abraça empresas focadas em tecnologia de defesa, a Palantir fortaleceu sua colaboração com outros setores tecnológicos. Um exemplo é a parceria com a fabricante de armas Anduril Industries, além de um novo relacionamento com a startup de IA Anthropic, cada vez mais focada em integrar seus modelos de linguagem nas operações de inteligência e defesa dos EUA. Essas iniciativas sinalizam o início do que os diretores da Palantir vislumbram ser um novo ecossistema defensivo americano, onde o software desempenha um papel cada vez mais predominante.
A adesão dos investidores às ações da Palantir cresceu após a eleição de Trump, impulsionando a expectativa de que a empresa fortalecerá a defesa e a indústria dos EUA. Sankar propôs um plano para revitalizar a base industrial nacional e esteve presente no Congresso em várias oportunidades para defender a inovação em defesa e reformar a aquisição governamental.
“É imperativo que percebamos que a corrida em IA será uma competição acirrada e requer um esforço coletivo que transcende o DoD, para que possamos, enquanto nação, triunfar”, afirmou Sankar durante a chamada.
Citando o falecido cientista político Samuel Huntington, Karp sublinhou que “a ascensão do Ocidente não se deu pela superioridade de suas ideias, valores ou religião, mas pela capacidade de aplicar violência organizada.”

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