A OTAN está colocando pressão sobre os países europeus, exigindo uma expansão inadequada de suas capacidades de defesa aérea em até cinco vezes. Essa medida surge em resposta à agressão da Rússia e a aliança busca preencher uma lacuna crucial em sua segurança. Fontes que preferem não se identificar revelaram que esse tema será debatido durante a reunião dos ministros da Defesa da OTAN em Bruxelas na próxima quinta-feira (5).
A ambição de multiplicar as defesas aéreas terá um caráter coletivo, embora os níveis individuais para cada país possam variar. O cronograma para essa iniciativa permanece indefinido.
Os ministros também estão prestes a aprovar um dos mais significativos compromissos em termos de aumento de estoques de armamentos desde a Guerra Fria. Este esforço é parte das iniciativas europeias e canadenses para rearmar e diminuir a dependência dos sistemas de defesa dos Estados Unidos.
O encontro em Bruxelas servirá como preparação para a cúpula de líderes que ocorrerá em Haia nos dias 24 e 25 de junho.
Aumento de gastos com defesa
Essa proposta de armamento faz parte de uma estratégia mais ampla para aumentar os gastos em defesa entre os membros da aliança. Sob a influência do presidente Donald Trump, a OTAN está se unindo em torno da meta de elevar os gastos para 5% do PIB: 3,5% destinados à defesa principal e outros 1,5% em despesas como infraestrutura, ciberdefesa e preparação civil.
“Estamos em um momento delicado. Não estamos em guerra, mas também não estamos em paz”, afirmou o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, durante uma reunião em Vilnius na segunda-feira (2). “É crucial que continuemos a fortalecer nossa dissuasão e defesa, e isso significa estar preparado para combate total.”
A Europa luta há anos com uma defesa aérea insuficiente. O cenário se tornou mais crítico desde que muitos países transferiram seus estoques de munições para a Ucrânia após a invasão russa, que já se arrasta por quatro anos. Autoridades de defesa expressaram preocupações sobre a incapacidade das defesas aéreas de proteger adequadamente operações terrestres em caso de um ataque.
Além disso, é urgente que os países da OTAN aprimorem seus sistemas de defesa terrestre contra ameaças modernas, como drones avançados e mísseis, segundo um alto oficial militar europeu.
Nos últimos 30 anos, a aliança diminuiu esses sistemas à medida que a atenção se desviava dos desafios típicos da Guerra Fria para focar nas ameaças do Oriente Médio e do Norte da África.
Alemanha puxa a iniciativa
Desde a invasão da Ucrânia em 2022, essa lógica mudou drasticamente, com países na fronteira leste da OTAN cada vez mais preocupados com a possibilidade de um ataque do Kremlin.
Os sistemas de defesa aérea tornam-se essenciais para a estratégia de rearmamento, constituindo um dos ativos mais caros que a aliança deseja acumular.
A Alemanha está se posicionando para liderar projetos conjuntos da União Europeia em defesa aérea, com Bruxelas incentivando investimentos colaborativos entre seus membros.
O chanceler Friedrich Merz está decidido a não apenas acelerar os gastos em defesa, mas também a destinar bilhões de euros para um investimento robusto em defesa aérea, segundo fontes internas.
Isso inclui uma ampliação da iniciativa European Sky Shield, que foi lançada por seu antecessor, Olaf Scholz, e busca desenvolver um sistema europeu focado em neutralizar mísseis balísticos, contando com o apoio da OTAN.
Ao ser questionado sobre o tema, um oficial da OTAN reafirmou que as prioridades incluem defesa aérea e antimísseis, além de armas de longo alcance, além de logística e forças terrestres. “Estamos constantemente revisando nossa postura de força, modernizando nossa estrutura de comando e fortalecendo nossa defesa aérea e antimísseis integrada,” destacou o oficial da OTAN.

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