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Operadores de petróleo: O que explica o pessimismo para 2025?

As visões das principais agências de petróleo alertam sobre demanda em queda e oferta em alta. O cenário para 2025 é preocupante.

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Extrator de petróleo na França. REUTERS/Christian Hartmann

Em meio a uma intensa volatilidade nos preços do petróleo, fruto da turbulência no Oriente Médio, os operadores do setor estão claramente desanimados com as perspectivas para 2025.

Esse pessimismo — que poderia facilmente ser dissipado se as tensões geopolíticas aumentassem e interferissem nas rotas de combustível — reflete uma convicção de que a oferta irá superar a demanda global no próximo ano. A produção de países fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está prestes a crescer rapidamente, um fator que contribui substancialmente para essa visão negativa. Três das principais agências de petróleo já ajustaram suas estimativas de demanda para 2025 para baixo.

A Agência Internacional de Energia (AIE) foi uma das primeiras a prever, em abril, que a oferta não-Opep teria crescimento mais acelerado do que a demanda nos próximos meses. A Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA) também compartilha uma visão similar, apresentando cortes em suas projeções por sete dos últimos oito meses.

A maior parte desse aumento na oferta deverá vir de quatro países que, nos últimos anos, têm se destacado nas adições de produção fora da Opep: Estados Unidos, Brasil, Guiana e Canadá, com um leve incremento também antecipado na Noruega. Esses volumes adicionais de petróleo de fora da Opep+ surgem antes mesmo de que as produções planejadas do cartel sejam implementadas no próximo ano, que já conta com mais de 5 milhões de barris por dia de reservas de capacidade.

Quando analisamos a demanda, as agências vêm reduzindo continuamente suas previsões de crescimento para 2024 e 2025. Em comparação com janeiro, as estimativas para este ano foram cortadas em 300.000 a 400.000 barris por dia. Para o próximo ano, as previsões de aumento na demanda caíram entre 60.000 a 200.000 barris por dia desde abril, o primeiro mês em que foram liberadas as projeções para 2025.

Atualmente, os futuros do petróleo Brent estão negociando em torno de US$ 74,20 o barril, com um leve crescimento após tocar os US$ 81,16 no início do mês, impulsionados pela inquietação em torno de um possível ataque israelense à infraestrutura petrolífera do Irã.

Ainda que as previsões de demanda para 2025 que foram divulgadas recentemente apresentem números mistos, todas as três principais agências não hesitaram em diminuir suas expectativas para o consumo. A comparação com as estimativas iniciais revela que tanto a AIE quanto a Opep mostram uma postura mais pessimista, ao passo que a previsão da EIA para o ano que vem sugere um aumento em relação ao que foi anteriormente projetado. Entretanto, ainda existe uma disparidade de cerca de 2 milhões de barris por dia entre as previsões da AIE e da Opep.

No curto prazo, o cenário apresenta uma leve melhora. A AIE identificou um volume considerável de barris não contabilizados durante julho e agosto, os meses mais recentes para os quais obteve dados. Essas informações refletem a discrepância entre os balanços teóricos de oferta e demanda da agência e as mudanças reais observadas nos estoques, traduzindo uma análise mais crítica e fiel à realidade.

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