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ONU exige fim da publicidade de combustíveis fósseis para salvar o planeta

Neste dia crítico, a ONU alerta que maio foi o mais quente da história, exigindo ações imediatas contra os combustíveis fósseis.

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Em uma convocação urgente para a ação climática, o secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou nesta quarta-feira (5) que a luta pela preservação do nosso planeta será decidida nos próximos anos. Ele pediu que líderes mundiais adotem uma “saída da estrada ao inferno climático”, enfatizando que a hora de agir é agora. É preciso que países e empresas tomem medidas rápidas e decisivas para cortar as emissões de gases do efeito estufa e abandonem os combustíveis fósseis de vez.

Guterres proferiu um discurso impactante no Museu Americano de História Natural, em Nova York, destacando que “chegou a hora de lidarmos com a crise climática”.

Reafirmando suas declarações anteriores, ele fez um apelo claro às companhias de combustíveis fósseis: é imperativo redirecionar investimentos para energias limpas. Além disso, as instituições financeiras devem parar de financiar a destruição por meio dos combustíveis fósseis, focando uma revolução global em energias renováveis. Mais importante ainda, Guterres instou publicitários, a mídia e gigantes da tecnologia a rejeitarem anúncios de combustíveis fósseis e pediu que governos criem legislações que proíbam essa publicidade. Ele afirmou que muitos na indústria têm praticado descaradamente greenwashing, buscando atrasar a ação climática através de lobby, ameaças legais e campanhas publicitárias massivas.

Ainda insistiu na importância de ações de curto-circuito, destacando que cidadãos também têm um papel crucial ao adotar tecnologias de baixo carbono e pressionar por mudanças políticas significativas.

“Investir em combustíveis fósseis no século XXI é tão absurdo quanto investir em ferraduras e rodas de carruagem no século 19”, sentenciou Guterres.

Michael Bloomberg, enviado especial do Secretário-Geral da ONU para Ambições e Soluções Climáticas, apresentou Guterres no evento. Bloomberg é proprietário majoritário da Bloomberg LP, controladora da Bloomberg News.

O impacto do discurso reverbera fortemente, especialmente porque coincide com a divulgação do Serviço de Alterações Climáticas Copernicus da União Europeia, que revelou que maio foi o mês mais quente já registrado, marcando o 12º mês consecutivo de recordes de temperatura. A Organização Meteorológica Mundial também alertou que existe uma probabilidade de 80% de que a temperatura média global, em relação aos níveis pré-industriais, ultrapasse temporariamente 1,5ºC nos próximos cinco anos. Com 2023 estabelecendo novos recordes de calor, o verão passado foi o mais quente em 2.000 anos, e 2024 pode superar ainda mais esses números.

“A OMM está soando o alarme: podemos ultrapassar temporariamente o nível de 1,5ºC com uma frequência alarmante”, advertiu Ko Barrett, secretário-geral adjunto da OMM. Contudo, Barrett assegurou que tais ultrapassagens não significam que a meta de 1,5ºC esteja perdida permanentemente, uma vez que isso diz respeito ao aquecimento a longo prazo ao longo de décadas.

Guterres manteve a esperança, afirmando que ainda não é tarde demais para conter o aquecimento abaixo do limite estabelecido pelo Acordo de Paris: “O limite de 1,5 graus ainda é praticamente alcançável”. Ele sublinhou que respeitar esse limite é crucial para a sobrevivência humana, observando que “a diferença entre 1,5 e 2 graus pode ser a diferença entre a extinção e a sobrevivência de pequenas nações insulares e comunidades costeiras”. Além disso, pode significar a diferença entre a mitigação da crise climática e o colapso total.

À medida que se aproximam importantes cúpulas globais, como a Assembleia Geral da ONU e a COP29, Guterres concluiu afirmando: “Precisamos de máxima ambição, máxima aceleração e máxima cooperação.” Ele sintetizou essa urgência numa simples frase: “Ação máxima é o que precisamos.”

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