Nvidia: Como a gigante dos chips atingiu US$ 3 trilhões em valor de mercado

A Nvidia, uma verdadeira potência no setor de tecnologia, não para de surpreender. Ao longo do último ano, essa empresa não apenas consolidou seu status como a ação do momento em Wall Street, como também viu seu valor de mercado ultrapassar impressionantes US$ 3 trilhões. Agora, a pergunta que fica é: qual o próximo passo dessa gigante dos chips?

No último domingo (2), a Nvidia revelou seus planos para novos chips, mantendo-se à frente da concorrência. Na sequência, analistas do Bank of America elevaram o preço-alvo para suas ações, agora projetando um valor de até US$ 1.500, uma valorização que faz total sentido considerando as perspectivas de crescimento avassaladoras.

Por mais incrível que pareça, na quarta-feira (5), as ações da Nvidia dispararam 5,16%, fechando a um valor de US$ 1.224,40 durante as negociações da Nasdaq em Nova York. Este foi um marco histórico, com a empresa alcançando um valor de mercado inédito e se consolidando como a segunda mais valiosa do mundo, atrás apenas da Microsoft e à frente da Apple.

Adam Gold, fundador e diretor de investimentos da Katam Hill LLC, deu uma declaração bem direta: “É como tentar pegar um corredor de maratona que está a toda velocidade.” Gold possui ações da Nvidia desde 2016 e confirma que esse é seu maior investimento, acreditando que a liderança da empresa é indiscutível, pelo menos por enquanto. Os rivais simplesmente não conseguem acompanhar a Nvidia, especialmente quando se trata de chips que alimentam a Inteligência Artificial.

Desde o início de 2023, a trajetória de crescimento da Nvidia tem sido meteórica, transformando-a de uma fabricante de nicho em uma das líderes do mercado. A companhia cresceu de US$ 1 trilhão de capitalização de mercado para incríveis US$ 3,01 trilhões em apenas um ano, um feito monumental que começou após resultados trimestrais históricos.

Enquanto isso, os concorrentes da Nvidia, como a Advanced Micro Devices (AMD) e a Intel, tentam acelerar seus lançamentos de novos produtos, mas ainda estão longe de ameaçar a posição da Nvidia no setor de IA. O recente desempenho trimestral da Nvidia comprova que a demanda por seus chips H100 continua forte, mesmo com a expectativa de lançamento do novo chip Blackwell ainda este ano.

Michael Kirkbride, sócio da Evercore Wealth Management, comentou sobre a forte demanda: “A única coisa que os impede de vender mais é a oferta.” Seu otimismo é fundamentado na crescente demanda e na visibilidade dos maiores clientes da Nvidia, que torna a avaliação da empresa “realmente razoável”.

Pessimistas em xeque

A ascensão meteórica da Nvidia levou a um certo ceticismo, mas quem duvida de seu potencial tem adotado uma postura errônea até agora. Rob Arnott, um crítico famoso, compara a trajetória da Nvidia a outros ícones da tecnologia que, após um aumento meteórico, caíram no esquecimento. Ele destaca que embora as vendas tenham dobrado, há dúvidas sobre a sustentabilidade desse crescimento.

Ainda assim, muitos investidores estão se rendendo aos números impressionantes. JP Scandalios, do Franklin Equity Group, expressa sua apreensão quando observa o entusiasmo generalizado com a Nvidia, mas reconhece que os números falam por si mesmos.

Expectativas altas e múltiplos atraentes

Os analistas projetam que o lucro líquido da Nvidia salte para US$ 65 bilhões neste ano fiscal, em comparação com US$ 30 bilhões do ano anterior. Vale ressaltar que a margem bruta da empresa deve atingir 76%, uma melhoria significativa em relação aos 59% de dois anos atrás.

A valorização atual das ações da Nvidia é de 39 vezes os lucros esperados para os próximos 12 meses, um valor que, mesmo considerado elevado, é atraente se comparado aos 60 vezes anteriores. Este ajuste mostra que a Nvidia, em comparação com outros gigantes de tecnologia como a Microsoft, oferece um crescimento mais robusto, mesmo considerando a alta valorização das ações.

Dentre os 72 analistas que cobrem as ações da Nvidia, 65 recomendam compra e ninguém sugere venda, evidenciando a confiança generalizada na empresa. Mesmo Arnott, que tem seus questionamentos, reconhece: “É uma empresa maravilhosa com produtos fenomenais.” Contudo, ele deixa um aviso cauteloso sobre as bolhas no mercado: “As bolhas continuam até que não continuem mais.”

“A melhor coisa a fazer em uma bolha é manter o rumo enquanto se observa quando a ‘inebriante’ oportunidade de investimento começar a esfriar. Essa, na verdade, é a parte difícil: decifrar o momento exato de uma bolha estourar.”