A Novo Nordisk está apostando forte em um crescimento robusto nas vendas para 2023. A farmacêutica dinamarquesa espera que a demanda crescente pelos medicamentos Ozempic e Wegovy leve a resultados financeiros impressionantes este ano.
A empresa prevê uma receita em crescimento entre 16% a 24%, ajustada por taxas de câmbio, o que é uma leve desaceleração em comparação com os 26% registrados no ano anterior. Após tornam a previsão, as ações da Novo Nordisk valorizam até 6,3% nas negociações em Copenhague, sinalizando a confiança do mercado em suas métricas.
Este resultado vem como um alívio, especialmente considerando a pressão que a empresa enfrentou para competir com a Eli Lilly, que apresentou um desempenho abaixo do esperado no último trimestre. A Novo se destaca, pois suas vendas superaram as expectativas, impulsionadas principalmente pela insulina nos EUA, um de seus produtos mais significativos.
O lucro operacional previsto pelo grupo é ainda mais otimista, com possíveis incrementos de até 27% em comparação aos anos anteriores — tudo isso sem grandes movimentações no mercado de recompra de ações, onde a empresa decidiu não se aventurar para focar em investimentos de longo prazo.
Emily Field, analista do Barclays, expressou otimismo: “Achamos que isso é suficiente para colocar as coisas de volta nos trilhos.” É inegável que a demanda por Wegovy e Ozempic transformou a Novo em um gigante da farmacêutica, tendo um impacto visível na economia da Dinamarca.
No entanto, o caminho não tem sido isento de desafios. Recentemente, decepções em testes clínicos e preocupações com a pressão de preço nos Estados Unidos pesaram sobre as ações da empresa, que já enfrentaram uma queda de mais de 40% desde seus picos em junho passado. Contudo, o CEO Lars Fruergaard Jorgensen afirmou que a empresa planeja aumentar significativamente a oferta de seus produtos, buscando resolver a escassez e manter a competitividade no mercado.
O diferencial em relação à Lilly é notável. Ao passo que a Eli Lilly teve um crescimento nas vendas menor do que o esperado para medicamentos como Zepbound e Mounjaro, Jorgensen coloca a visão da Novo claramente: “É perigoso olhar demais para as flutuações trimestrais. Estamos criando substâncias que trazem benefícios significativos à saúde e isso, com o tempo, solidificará nosso lugar no mercado de obesidade.”
Inovação em novos medicamentos
Além de Ozempic e Wegovy, a Novo Nordisk tem o CagriSema, um potencial novo concorrente do Zepbound. Jorgensen acredita na tecnologia e na biologia do medicamento, apesar de um recente ensaio clínico não ter atingido as expectativas e causado uma desvalorização expressiva na empresa.
O CagriSema não conseguiu alcançar a meta de 25% de perda de peso, resultando em uma perda de mais de US$ 120 bilhões em valor de mercado. Apesar disso, a Novo não fará previsões sobre suas possibilidades de perda de peso e planeja novos ensaios clínicos para o CagriSema, almejando uma aprovação regulatória até o primeiro trimestre de 2026.
Ainda em janeiro, um estudo de uma versão de alta dosagem do Wegovy não atendeu às expectativas dos investidores. Entretanto, uma injeção experimental chamada amycretina gerou resultados promissores, e a empresa irá dialogar com os reguladores sobre a possibilidade de um avanço ao estágio clínico, segundo Jorgensen.

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