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Nova Zelândia aumenta em 185% taxa de entrada para turistas estrangeiros

Mudanças no custo de entrada podem desmotivar visitantes e atrasar recuperação do turismo na Nova Zelândia.

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Visitantes apreciam o pôr do sol em Kaikoura, Nova Zelândia (Kai Schwoerer/Getty Images)

A decidiu aumentar drasticamente a taxa de entrada para visitantes estrangeiros, elevando o valor de NZ$ 35 (R$ 122) para NZ$ 100 (R$ 348), a partir de 1º de outubro. Essa mudança acende alerta entre especialistas, que temem que a nova tarifa torne a experiência menos atrativa, especialmente em um momento em que o setor tenta se recuperar da crise causada pela pandemia.

O Ministro do Turismo, Matt Doocey, confirmou que essa elevação na taxa vem acompanhada de um aumento no valor dos vistos, que irão custar NZ$ 341 (R$ 1.188) – um aumento de NZ$ 130 (R$ 453) – também a partir do início do próximo mês. Essas medidas chocam o setor e geram dúvidas sobre a capacidade de atrair turistas novamente.

“Essas mudanças tornam a viagem para a Nova Zelândia mais cara e menos atraente, e podem atrasar ainda mais a recuperação no número de visitantes para além de 2026”, afirmou Xie Xingquan, vice-presidente regional da Associação Internacional de Transporte Aéreo para a Ásia do Norte e Ásia-Pacífico. O impacto negativo dessa decisão já é visível e muitos temem o futuro do turismo no país.

Historicamente, o turismo foi o maior setor de exportação da Nova Zelândia antes da pandemia, com um valor superando as exportações de laticínios. No entanto, a indústria está enfraquecida, mostrando resistência para se recuperar devido a restrições na capacidade das companhias aéreas e ao lento retorno do mercado chinês, vital para o fluxo de turistas. Apesar disso, o setor ainda representa uma receita significativa, com NZ$ 13 bilhões (R$ 45 bilhões) anuais e aproximadamente 3,2 milhões de visitantes internacionais nos últimos 12 meses até junho.

As deslumbrantes paisagens da Nova Zelândia, que frequentemente se localizam em áreas remotas, impõem um desafio à manutenção da infraestrutura local. O governo argumenta que a nova taxa ajudará na conservação ambiental e na cobertura de custos de manutenção, promovendo uma responsabilidade compartilhada entre os turistas e as comunidades visitadas.

“Com essa nova taxa, a Nova Zelândia continua competitiva em relação a destinos como Austrália e Reino Unido. Estamos certos de que, apesar do aumento, o país permanecerá um destino desejado para muitos turistas ao redor do mundo”, afirmou Doocey, ignorando as preocupações levantadas por especialistas.

A administração governamental acredita que o novo valor representa apenas cerca de 3% do total gasto por um visitante durante sua estadia, o que, segundo eles, não deverá afetar significativamente o número de chegadas. Contudo, críticos como Xingquan da IATA ponderam que, ao invés de aumentar as tarifas, a Nova Zelândia deveria priorizar estratégias para melhorar sua atratividade como destino turístico em relação à concorrência global.

Xingquan equipara a situação da Nova Zelândia à da Tailândia, que recentemente descartou planos de implementar uma taxa de turismo para promover gastos em diferentes setores e não desencorajar os visitantes. Essa estratégia, segundo críticos, seria essencial neste momento.

Rebecca Ingram, diretora executiva da Tourism Industry Aotearoa, se mostrou solidária à visão de Xingquan, reiterando a preocupação com o atraso da recuperação do turismo na Nova Zelândia. “Estamos nos arriscando a perder nossa competitividade global enquanto a indústria, que é nossa segunda maior exportação, ainda opera a cerca de 80% dos níveis pré-Covid”, finalizou.

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