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Nova Frente Popular pode surpreender e desafiar Macron e Le Pen nas eleições
O avanço da Nova Frente Popular pode alarmar investidores que temem pelas finanças públicas da França e o futuro do governo de Macron.
Uma revolução política pode estar a caminho na França! Uma coalizão de esquerda, conhecida como Nova Frente Popular, parece prestes a conquistar a maioria nas eleições legislativas, desafiando os planos da extrema-direita liderada por Marine Le Pen.
Segundo as primeiras projeções de cinco empresas de pesquisa, a Nova Frente Popular, que inclui socialistas e a France Unbowed, pode conquistar entre 172 e 210 assentos na Assembleia Nacional. Embora esse número esteja longe dos 289 necessários para a maioria absoluta na Câmara dos Deputados, isso representa um golpe significativo para Le Pen, que esperava dominar as eleições.
Surpreendentemente, o partido de Le Pen pode terminar em terceiro lugar, com estimativas de 113 a 152 assentos, enquanto a coalizão centrista de Emmanuel Macron deve ficar em segundo lugar, reunindo entre 150 a 180 assentos.
Na arena financeira, o euro já mostra sinais de fraqueza, com uma queda de 0,3% nas primeiras horas de negociação na Ásia, tocando US$ 1,0807.
Uma vitória contundente da Nova Frente Popular não passará despercebida pelos investidores preocupados com o futuro das finanças públicas da França. A coalizão propõe um aumento significativo dos gastos públicos, uma elevação no salário mínimo e a redução da idade de aposentadoria, o que certamente gerará tensões com a União Europeia. Ao contrário, a extrema-direita tem sugerido aumentos de gastos mais comedidos.
Jean-Luc Mélenchon, o líder da France Unbowed, deixou claro: “O NFP implementará seu programa. Nada além de seu programa, todo o seu programa.” A expectativa é de que, mesmo sem a quantidade necessária de votos para governar sozinha, a Nova Frente Popular exija compromissos substanciais sobre os gastos de Macron para viabilizar um novo governo.
O líder do Partido Socialista, Olivier Faure, sinalizou a possibilidade de diferentes alianças, enfatizando que seu partido ainda guiará suas ações pela Nova Frente Popular. “O país se encontra em fraturas. Precisamos redigir um novo capítulo na nossa história”, declarou Faure.
Macron, por sua vez, aguardará a nova configuração da Assembleia Nacional antes de tomar decisões sobre o futuro governo. As últimas projeções servem como base para o pedido de Macron para dissolver o Parlamento após a derrota do partido de Le Pen, que conquistou atenção significativa nas eleições anteriores.
A ideia de formar alianças entre partidos opositores foi mencionada por Macron como uma forma de conter os extremos, o que poderia abrir espaço para uma coalizão centrista. De acordo com a Toluna Harris Interactive, somando os grupos de Macron com a ala mais moderada da Nova Frente Popular, a soma pode chegar a 306 assentos, garantindo uma confortável maioria, desde que haja disposição para cooperar.
Entretanto, para Mélenchon, qualquer acordo com Macron é impensável. A última semana foi marcada por movimentações frenéticas para formar a chamada Frente Republicana, onde partidos tradicionais retirariam candidatos estrategicamente para concentrar os votos contra o RN de Le Pen. O partido de Macron retirou 76 candidatos, enquanto a Nova Frente Popular afastou 130 candidatos.
Jordan Bardella, presidente do RN, respondeu aos ataques, ressaltando as vitórias de sua sigla e criticando as manobras eleitorais orquestradas pelos partidos tradicionais. “Esses arranjos não nos levarão a lugar nenhum. Estou aqui com você até a vitória!”, afirmou Bardella a seus apoiadores.
Le Pen, por sua vez, manteve um tom otimista, indicando que seu partido está enraizado no cenário político com a expectativa de conquistar o maior número de assentos. “A maré está subindo”, comentou Le Pen, “não chegou ao ápice desta vez, mas ainda está avançando.”
A França enfrenta um dilema: não pode se permitir um aumento drástico de gastos em um momento em que o governo já luta para conter o déficit orçamentário. O mês passado trouxe à tona a preocupação da Comissão Europeia, que alertou o país sobre a violação das regras do déficit, reforçando a necessidade de uma gestão cautelosa diante de planos grandiosos que respeitem os parâmetros da UE.
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